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Um funcionário veterano da ONU admitiu nesta segunda-feira ter cometido os crimes de conspiração, fraude bancária e lavagem de dinheiro depois que investigadores acharam provas de que ele recebeu quase um milhão de dólares em subornos.

Alexander Yakovlev, uma autoridade responsável pela área de compras e contratos da ONU, foi acusado formalmente em uma corte da Justiça Federal dos EUA por receber "ao menos centenas de milhares de dólares" em pagamentos ilícitos de empresas que desejavam firmar contratos com a ONU, disse David Kelly, promotor de Nova York.

A confissão surgida em tão pouco tempo, apenas horas depois de Yakovlev ter sido detido, pode significar que o acusado está cooperando com a Justiça.

A autoridade participou da polêmica concessão de um contrato à empresa suíça Cotecna, na qual trabalhava Kojo Annan, filho do atual secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

A Comissão Independente de Inquérito, criada pelo organismo internacional para denunciar casos de corrupção no programa petróleo-por-comida do Iraque, ainda investiga se Kofi Annan influenciou o processo de concessão do contrato à Cotecna, disse Paul Volcker, que comanda o inquérito.

Volcker não relacionou Yakovlev ao caso da Cotecna em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira e na qual o painel divulgou seu relatório parcial sobre o programa humanitário, de US$ 67 bilhões.

Os investigadores disseram que o russo recebeu suborno de empresas envolvidas em contratos selados à força do programa petróleo-por-comida.

Yakovlev foi detido depois de a ONU ter suspendido a imunidade diplomática dele a pedido de promotores da Justiça Federal dos EUA, disse Mark Malloch Brown, chefe de gabinete do secretário-geral da ONU.

Ele pode ser condenado a até 20 anos de prisão e a pagar uma multa de até US$ 250 mil para cada um dos três casos em que confessou ser culpado. Ele foi libertado após pagar uma fiança de US$ 400 mil.

A comissão de investigação descobriu que Yakovlev recebeu ilegalmente US$ 950 mil de várias empresas que conseguiram firmar com a ONU contratos no valor total de US$ 79 milhões.

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