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Abuja, Nigéria – Um avião com 104 pessoas a bordo caiu momentos após a decolagem do aeroporto de Abuja, capital do país, na manhã de ontem. Foi a terceira tragédia aérea nigeriana de grandes proporções em pouco mais de um ano. Autoridades informaram que seis pessoas sobreviveram, mas fontes do governo não divulgaram oficialmente o número de vítimas. Também não foram emitidos boletins sobre o estado de saúde dos sobreviventes. O governo, no entanto, confirmou que entre os mortos está o principal líder dos muçulmanos do país, o sultão de Sokoto, Muhammadu Maccido.

Os seis sobreviventes foram levados a um hospital de Abuja. O avião seguia para a cidade de Sokoto, 800 quilômetros ao norte da capital, e decolou quando a área era atingida por uma tempestade. O Boeing 727 caiu às 10h29 (horário local) – 6h29 no horário de Brasília – um minuto após ter deixado o aeroporto internacional de Abuja, segundo o porta-voz do Ministério da Aviação, Sam Adurogboye. A causa do acidente era desconhecida e o presidente nigeriano Olusegun Obasanjo ordenou a abertura imediata de uma investigação.

Os trabalhadores das forças de resgate encontraram destroços do avião, bagagens e corpos esparramados por uma área do tamanho de um campo de futebol. O avião caiu em um campo com árvores dentro do complexo do aeroporto e cerca de três quilômetros distante da estrada.

Maccido, o sultão de Sokoto, era o chefe do Conselho Supremo Nacional de Assuntos Islâmicos da Nigéria. Seu corpo foi levado para Sokoto, onde milhares de pessoas esperavam para homenageá-lo já no aeroporto. O sepultamento foi realizado ontem mesmo, segundo os costumes islâmicos. Cerca da metade da população de 130 milhões de nigerianos é muçulmana. O país é o mais populoso da África e o principal exportador de petróleo do continente.

O Boeing 727 pertencia à Aviation Development Company (ADC) e tinha 23 anos de uso. O último acidente da ADC foi em novembro de 1996, quando um de seus jatos caiu em um lago nos arredores da cidade de Lagos, matando 143 pessoas.

A indústria aérea da Nigéria é notoriamente insegura. No ano passado, dois aviões que faziam rotas domésticas caíram em um intervalo de sete semanas, matando 224 pessoas. A primeira tragédia de 2005 ocorreu no dia 22 de outubro, quando um Boeing 737-200 da companhia aérea Bellview caiu logo após decolar de Lagos, principal cidade do país. Todas as 117 pessoas a bordo morreram.

No dia 10 de dezembro, a queda de um DC-9 da McDonnell Douglas, operado pela Sosoliso Airlines, matou 107 pessoas, em Port Harcourt.

No início do mês, autoridades divulgaram um relatório atribuindo o acidente da Sosoliso ao tempo ruim e a um erro do piloto. A investigação sobre a queda do Bellview ainda está em andamento.

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