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Polícia de Toronto prende manifestante em protesto ocorrido no primeiro dia da cúpula do G20 | Jemal Countess/Getty Images/AFP
Polícia de Toronto prende manifestante em protesto ocorrido no primeiro dia da cúpula do G20| Foto: Jemal Countess/Getty Images/AFP

Manifestação

Polícia prende 600 durante protesto

A polícia de Toronto deteve 600 pessoas durante incidentes violentos que marcaram os protestos contra as reuniões de cúpula do G8 e do G20 no fim de semana no Canadá.

A porta-voz da polícia local, Michelle Murphy, disse que os detidos podem ser indiciados por delitos que variam de causar danos a ataque à polícia.

O protesto do último sábado começou de modo pacífico, mas rapidamente deu origem a distúrbios depois que grupos de anarquistas mascarados saíram da multidão, quebraram vidros de lojas e incendiaram pelo menos duas viaturas policiais.

A fumaça de pneus queimados era visível do luxuoso hotel no centro da cidade onde os líderes mundiais estavam reunidos, em uma área isolada por barreiras e dezenas de policiais, como parte de uma operação de segurança que custou ao Canadá cerca de US$ 1 bilhão.

A polícia, que admitiu ter perdido algumas vezes o controle da situação, usou gás lacrimogêneo para controlar a multidão ontem. "O que vimos no sábado foi um bando de criminosos que finge ter uma diferença de opinião e escolhe a violência para expressar essas chamadas diferenças de opinião", disse Dimitri Soudas, porta-voz do primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, em entrevista à imprensa.

As autoridades fecharam o metrô durante a noite de sábado para domingo. Hotéis e hospitais fecharam as portas, enquanto os distúrbios se multiplicavam nas ruas, onde confrontos esporádicos entre manifestantes e as tropas de choque deixaram 224 detidos apenas ontem.

Os bueiros da rede de esgoto também foram selados, depois que vários manifestantes saíram de um deles.

Presidente chinês diz que equilíbrio exigirá tempo

Reuters

A China sabe que tem um papel crucial no reequilíbrio da economia global, mas as mu­­danças que são necessárias não podem acontecer da noite para o dia, disse o presidente chinês, Hu Jintao, durante a cúpula do G20, no Canadá.

Leia a matéria completa.

  • O presidente dos EUA, Barack Obama, acena durante a sessão de fotos dos líderes do G20, em Toronto

Os países emergentes com superávit deverão assumir reformas destinadas a flexibilizar suas moedas. Já os países ricos que en­­frentam problemas fiscais deverão se comprometer a reduzir seus déficits pela metade até 2013, apesar do risco de a medida representar uma desaceleração econômica, diz o rascunho do comunicado final da reunião de cúpula do G20 (grupo das principais economias avançadas e em desenvolvimento), que ocorreu durante o fim de semana em Toronto, no Canadá.

"As economias avançadas com­­prometeram-se com planos fiscais que vão pelo menos reduzir pela metade os déficits até 2013 e estabilizar ou reduzir a relação entre dívida e PIB (Produto In­­terno Bruto) até 2016", diz o do­­cumento.

A chanceler alemã, Angela Merkel, demonstrou satisfação com o compromisso. "Significa que será preciso equilibrar as contas para enfrentar a dívida", resumiu. No entanto, o debate sobre a reforma da regulação financeira e a taxação sobre transações financeiras foi adiado para a próxima reunião de cúpula em Seúl, em novembro.

A crise de déficit e a velocidade da retirada das medidas de estímulo, assim como o tamanho do corte de gastos em alguns países, especialmente da Europa, esteve no centro dos debates em Toronto. A reforma financeira vem sendo discutida desde encontros anteriores do G20 com o objetivo de tornar o sistema financeiro mais transparente e evitar que se sucedam novas crises econômicas globais como a de 2008.

"Comprometemo-nos a realizar ações coordenadas para sustentar um crescimento mais forte e equilibrado", diz o projeto de declaração, que também defende a criação de empregos. As ações, contudo, "serão diferentes e ajustadas às circunstâncias nacionais", reconhecem líderes das na­­ções mais industrializadas e emer­­gentes. Os europeus, atingidos por crises de déficit orçamentário e dívida pública, defendem as medidas de austeridade adotadas por vários países para colocar suas contas em dia. A declaração vem a público uma semana depois de a China (leia matéria abaixo) anunciar a intenção de flexibilizar seu regime cambial, tirando o yuan da cotação invariável que mantinha ante o dólar há quase dois anos.

Brasil e México

No sábado, o ministro da Fa­­zen­­da do Brasil, Guido Mantega, ha­­via dito que os países emergentes não devem "carregar nas costas" a re­­tomada do crescimento mundial e que, ao ter pressa em retirar estímulos e implementar políticas de ajuste fiscal, alguns países, como os europeus, colocam em risco a consolidação da recuperação da economia global.

Mantega liderou a delegação brasileira na cúpula, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação para acompanhar os esforços de ajuda às vítimas das chuvas no nordeste do Brasil.

Assim como o Brasil, os Es­­tados Unidos e outros países te­­mem que a retirada prematura das medidas de estímulo possa co­­locar em risco a recuperação global. Segundo o ministro, o Bra­­sil não teria problema em cumprir metas de redução do déficit, mas países como o Japão, com déficits altos, enfrentariam dificuldades.

O mais im­­por­­tan­­te para gerar crescimento mun­­­­­­­­dial é ter as contas em ordem, declarou ontem o ministro da Fazenda mexica­­no, Ernesto Cordero, ao ser perguntado so­­bre os compromissos dos países ricos na cúpula do G20. "Neste mo­­mento, o que mais ajuda a gerar crescimento, in­­vestimento em todo o mundo, é que haja certeza de que as economias têm ordem na casa, viabilidade", declarou Cordero, em intervalo dos trabalhos da cúpula do G20.

Se os países europeus "tivessem um problema de insolvência, não pudessem pagar suas dívidas, isto sim afetaria não só o México, mas todos os países emergentes de novo", acrescentou.

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