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Nova Iorque – O ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Ban Ki-Moon, ocupará a partir do dia 1.º de janeiro o cargo diplomático mais prestigiado do mundo, o de secretário-geral da ONU, depois de ter sido designado formalmente ontem pelo Conselho de Segurança.

"O Conselho de Segurança acaba de recomendar a eleição de Ban Ki-Moon para o cargo de secretário-geral para um mandato de cinco anos, de 1.º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2011", anunciou o embaixador do Japão, Kenzo Oshima, que preside o Conselho.

Ban, 62 anos, sucederá o ganense Kofi Annan, 68 anos, que deixa o cargo no fim de dezembro após dois mandatos de cinco anos. Segundo a Carta das Nações Unidas, o Conselho recomenda a eleição do secretário-geral à Assembléia Geral da organização.

A assembléia, formada pelos 192 membros da ONU, deve eleger Ban na próxima sexta-feira, ou por aclamação, ou por uma votação. Neste caso, a eleição é ganha com a maioria simples dos estados representados. "Vamos ter um secretário-geral que será bom e forte", declarou Oshima à imprensa.

Enquanto isso, "o Conselho seguirá trabalhando em estreita cooperação com Annan, que ainda tem muitas tarefas importantes para cumprir nos seus dois últimos meses de mandato", destacou.

O embaixador francês na ONU, Jean-Marc de la Sablière, especificou que a designação formal de Ban pelo Conselho de Segurança havia sido realizada por aclamação, ou seja, sem votação. Ban era o único candidato ainda na disputa, já que os seis outros haviam retirado suas candidaturas.

A designação do diplomata sul-coreano era praticamente garantida desde o dia 2 de outubro, quando ele triunfou numa votação informal no Conselho de Segurança com o indispensável apoio dos cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, França, Rússia e Grã-Bretanha) com direito de veto.

A maioria dos candidatos era de origem asiática, pois segundo um princípio implícito de rotação geográfica o cargo devia ser atribuído a uma personalidade deste continente, depois da África de Annan (10 anos) e de Butros Butros-Ghali (5 anos). Diplomata com um reconhecido talento para estabelecer consensos, Ban se declarou "feliz", mas "consciente de sua responsabilidade" no dia seguinte a seu sucesso na última votação informal.

Sexta-feira, em plena tensão provocada pelo anúncio da Coréia do Norte de sua intenção de realizar um teste nuclear, Ban se disse disposto a viajar a Pyongyang para tentar resolver a crise. Depois de sua nomeação e um dia depois de Pyongyang ter efetuado seu teste nuclear, o embaixador americano na ONU, John Bolton, declarou: "É por uma coincidência apropriada que hoje, 61 anos após a divisão temporária da península coreana no fim da Segunda Guerra Mundial, elegemos o ministro das Relações Exteriores de Coréia do Sul como secretário-geral desta organização, ao mesmo tempo em que nos reunimos para examinar o teste de um artefato nuclear realizado pela Coréia do Norte".

"Não posso imaginar melhor maneira de demonstrar a diferença de progressos entre esses dois países, os grandes avanços no sul e a grande tragédia no norte", finalizou.

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