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A Praça São Pedro, sede da Santa Sé: diretor diz que apreensão de fundos tem por objetivo atingir o próprio Vaticano | Tiziana Fabi/AFP
A Praça São Pedro, sede da Santa Sé: diretor diz que apreensão de fundos tem por objetivo atingir o próprio Vaticano| Foto: Tiziana Fabi/AFP

Roma - Um dia depois de a Justiça da Itália abrir um inquérito contra o Banco do Vaticano pela omissão de dados financeiros e apreender R$ 52 milhões, o diretor da instituição, Ettore Gotti Tedeschi, disse que um "erro de procedimento" foi usado como pretexto para "atacar" o órgão.

"Um erro de procedimento foi usado como pretexto para atacar o Instituto para as Obras de Reli­­gião (mais conhecida como Ban­­co do Vaticano), seu presidente e o Vaticano", disse Tedeschi ao diário italiano Il Giornale.

Designado no ano passado para gerenciar as contas do IOR, Gotti Tedeschi, simpatizante do Opus Dei e presidente do Banco Santander na Itália durante anos, está no centro do novo escândalo de lavagem financeira no Vati­­cano.

"Sinto (a denúncia) como algo injusto, porque levamos dez meses trabalhando com as autoridades nacionais e internacionais em torno deste tema, em particular com a Gafi", organismo internacional à frente do combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, explicou.

Junto com o presidente do IOR está sendo interrogado o diretor geral da entidade, Paolo Cipriani, também acusado de ter cometido irregularidades na transferência de 23 milhões de euros (R$ 52 milhões).

Normas internacionais

"É inevitável que esses escândalos se repitam, uma vez que o IOR não adere às normas in­­ternacionais contra a lavagem", cri­­tica o italiano Gian­­luigi Nuz­­zi, autor do livro Va­­ticano Spa (Vati­­cano Sociedade Anô­­nima).

"O problema do IOR são as contas anônimas de fundos de beneficência inexistentes ou de sacerdotes testa-de-ferro, que o banco não sabe quem são", explicou Nuzzi, que investigou as finanças da Santa Sé depois do colossal escândalo político-fi­­nanceiro dos anos 80 provocado pela quebra fraudulenta, em 1982, do então maior banco privado da Itália, o Banco Ambro­­siano.

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