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Bruxelas – Agir ao invés de falar sem parar: segundo o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, esta seria uma saída rápida à crise constitucional que vive a União Européia (UE).

Uma semana antes da conferência da UE em Bruxelas – 15 e 16 de junho –, o presidente da Comissão solicita aos chefes de Estado e de governo do grupo dos 25 que não desperdicem as forças em reflexões acadêmicas sobre a salvação do Tratado Constitucional, e pede que planejem uma política compreensível para as pessoas.

Os 25 mandatários se obrigaram a um ano de reflexão após o não dos franceses e dos holandeses à Constituição européia. E o ano já passou, mas ainda não há solução que agrade a todos.

Os ministros do Exterior da UE chegaram a uma conclusão em uma reunião que mantiveram nas proximidades de Viena, no final de maio: a crise será superada, no mínimo, em 2009.

Se é assim, a UE terá que funcionar mais três anos com o ultrajante Tratado de Niza, ao invés de poder utilizar, já no fim de 2006, como havia previsto, a Constituição européia. Se trata de algo grave? "Não", garante Durão Barroso. "É preciso deixar de ser tão pessimista."

Já foram aprovadas as milionárias perspectivas financeiras para o período 2007–2013, e pela primeira vez na história a UE traçou uma estratégia comum para a política energética. Inclusive a diretriz dos serviços, mal vista por um tempo, será lei.

"Não estamos bloqueados", disse o presidente da Comissão Européia, que pretende que os chefes de Estado e de governo do bloco se comprometam a utilizar as oportunidades políticas que oferece o Tratado de Niza, como por exemplo na segurança interna.

E a crise constitucional poderia ajudar a conseguir dominar outro problema que desperta medo entre os cidadãos: a ampliação. Segundo Barroso, a existência desses temores vem determinada por uma escassez de liderança política nas capitais européias.

Frente à competência política e econômica que está crescendo entre a UE e China e entre Índia e Ásia, ao bloco não resta outra alternativa mais do que crescer, diz. "Na política mundial, o que contam são os grandes."

Por que deveriam os norte-americanos, russos e asiáticos levar a sério um "anão político"? Como o Tratado de Niza limita o número de países-membro a 27 (Romênia e Bulgária entrarão, no máximo, em 2008), está claro que até 2009, no mínimo, não poderão haver novos membros no clube.

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