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A eleição presidencial na Argentina ainda demorará mais de um ano para ocorrer, mas os possíveis candidatos já estão ocupados costurando alianças, fazendo comícios e viajando pelo país em busca de apoio.

O partido peronista, no poder desde a eleição de Néstor Kirchner em 2003, ganhou força nos últimos meses graças a uma retomada econômica e a generosos gastos na área social da presidente Cristina Kirchner, mulher e sucessora de Néstor Kirchner.

As preocupações com inflação alta e a criminalidade poderão afetar a possível candidatura de Kirchner a um segundo governo em 2011. Seus rivais - uma miscelânea de peronistas dissidentes, candidatos de centro-direita e esquerdistas - lutam para se destacar e se colocar dentro dos radares dos eleitores.

Até o momento, os esforços não conseguiram produzir um candidato capaz de representar um desafio claro a Kirchner no primeiro turno.

O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, visto como o possível adversário mais forte de Kirchner, está envolvido num escândalo envolvendo grampos que poderá afetar suas ambições presidenciais.

Líder do partido de centro-direita União PRO e ex-presidente do time de futebol Boca Juniors, Macri acusou o governo de buscar manchar sua reputação.

No entanto, apesar da falta de um concorrente dentro e fora do governo, analistas políticos afirmam que as altas taxas de desaprovação a Kirchner tornariam difícil sua vitória em um segundo turno.

"Ele não tem nenhum problema interno, seus problemas vêm do nível de rejeição enfrentado por ele na sociedade", disse o analista Pascual Albanese, do Instituto de Planejamento Estratégico (IPE), uma empresa de consultoria privada.

Analistas políticos afirmam que, embora os anúncios de candidatura e mudanças de última hora sejam comuns nas eleições argentinas, o cenário básico já está desenhado para a eleição de outubro de 2011.Roberto Stark, da Infomedia Consulting, afirmou que há três principais facções movendo-se para a eleição - defensores do governo, peronistas dissidentes e os que apoiam o partido de centro União Cívica Radical (UCR).

"Em princípio, a cena eleitoral está dividida nesses três níveis", afirmou ele.

Dentro da facção governista, Kirchner é visto como o candidato de maior peso, embora Cristina recentemente tenha sugerido a possibilidade de concorrer à reeleição.

O casal fez o mesmo jogo antes da eleição de 2007, mas no fim Cristina disputou na tentativa de fazer turnos no palácio presidencial e se manter no poder. Kirchner é visto como tendo um papel central e de tomada de decisões no governo dela.

Outro possível candidato é o ex-piloto de Fórmula 1 Carlos Reutemann, ex-governador da província de Santa Fé e o peronista com a melhor imagem pública.

O vice-presidente Julio Cobos também poderá concorrer ao principal cargo do país com o apoio dos radicais e dos social-democratas.

Na Argentina, para evitar o segundo turno, um candidato precisa obter ao menos 45 por cento dos votos, ou 40 por cento com uma liderança de 10 pontos percentuais do candidato seguinte.

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