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Lançado em agosto nos Estados Unidos, um energético vem ganhando as prateleiras dos supermercados e as festinhas dos adolescentes, ao mesmo tempo em que desperta polêmica entre entidades que combatem o uso de drogas.

Com uma composição que promete ser bombástica - mais cafeína e dextrose - monossacarídeo derivado do milho e que é menos doce que a frutose - o energético leva o sugestivo nome de Cocaine, e ganha a mídia sendo vendido em centenas de lojas de Nova York, Flórida, Los Angeles e San Diego com o slogan: "A alternativa legal".

Em entrevista exclusiva a O GLOBO ONLINE, a empresária Hannah Kirby, uma das proprietárias da Redux, que produz a bebida, explica que o nome provocativo poderá dar aos pais uma oportunidade de conversar sobre as drogas com seus filhos.

- Nosso slogan é 'a alternativa legal'. Nossa propaganda destaca que a bebida energética é bacana, mas que a droga não é. Também ressaltamos que você não precisa da droga se você bebe o energético e, nas próximas semanas, nossa campanha promocional vai frisar este aspecto - conta.

Segundo ela, a idéia do nome foi dada por seu marido, Jamie Kirby, também executivo da companhia.

- Em um mercado com mais de 1000 produtos, este foi o caminho para que nos sustentássemos. A própria indústria dos energéticos descreve este tipo de bebida como "speed na lata" (uma forma de anfetamina) ou "cocaína líquida". Então, era natural que escolhêssemos este nome - conta.

Mas, de natural, a escolha não tem nada e a campanha já provoca a reação de entidades locais. Em meados de setembro, o presidente do Centro Nacional de Vícios e Abusos de Substâncias da Universidade de Columbia e ex-secretário de Saúde, Educação e Bem-Estar dos Estados Unidos, Josepsh Califano, divulgou uma nota batendo fortemente na bebida.

Segundo ele, a Redux deveria "ter vergonha de criar e divulgar um produto insidioso denominado Cocaine, a alternativa legal".

"A criação e a promoção de uma bebida que a Redux afirma anestesiar a garganta e dar uma sensação oral parecida com a que provocada pela cocaína é uma desgraça. É um produto claramente direcionado a crianças e a adolescentes influenciáveis. Neste país, mais de um milhão de americanos usam cocaína pelo menos uma vez por semana e colocar nas prateleiras um produto que glamourize uma droga ilegal como esta é uma atitude irresponsável e repreensível", disse, pedindo a restaurantes, bares e cafés que se recusem a vender o energético.

Hannah reconhece que a empresa está enfrentando resistência especialmente nos mercados de Nova York e de Los Angeles, mas diz que não teme que o negócio seja prejudicado.

Tanto que, para 2007, a empresa já pensa a exportar a bebida. Será que em breve o Brasil também venderá a Cocaine?

- Planejamos lançar a Cocaine em mercados considerados estratégicos a partir do ano que vem. Até agora, não recebemos nenhuma manifestação de interesse do Brasil, mas quem sabe isso não poderá mudar? - diz a empresária.

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