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O beisebol profissional dos EUA lamentou na quinta-feira a morte do lançador do Yankees Cory Lidle, vítima de uma colisão de seu pequeno avião contra um prédio de Manhattan, na véspera.

Lidle, 34 anos, veterano lançador com passagens por vários times, tinha como característica a bola lançada em curva, em vez dos velozes e fortes lançamentos de muitos outros de sua posição. Seus colegas se referiram a ele como um jogador falante e competitivo, um homem que amava a vida.

"Todo o beisebol está chocado e terrivelmente entristecido com o repentino e trágico falecimento de Cory Lidle", disse o dirigente do esporte nos EUA, Bud Selig, em nota.

O acidente, que também matou o instrutor de vôo de Lidle, está sendo investigado.

Voar era uma paixão nova para Lidle, que começou a pilotar há menos de um ano. Ele pretendia atravessar o país com seu avião para visitar a família na Califórnia.

Joe Kerrigan, técnico dos reservas do Yankees, e que foi treinador de arremessos de Lidle em 2004 no Phillies, de Filadélfia, contou que o jogador ficou falando do seu novo hobby enquanto ambos trocavam bolas durante um treino em julho, logo depois de ele ser contratado pelo time de Nova York.

"Ele estava totalmente entusiasmado com aquilo, falando como um garoto que pegava seu primeiro carro aos 16 anos", disse Kerrigan a uma rádio. "Ele ficou me contando do avião que acabara de comprar, como era ótimo voar. Estava transbordante".

"Ele era assim com seus carros, com seu golfe, com jogar pôquer, e foi assim com voar. Esse cara tinha gosto pela vida'', afirmou Kerrigan.

Lidle não era um lançador forte nem de talento esfuziante. Tinha apenas 1m80, pouco para um arremessador profissional nos EUA, e estudava vídeos para descobrir as fraquezas dos rebatedores. Em sua carreira, acumulou 82 vitórias e 72 derrotas.

Uma carreira, aliás, que não foi fácil. Lidle não entrou imediatamente no profissionalismo mesmo depois de se tornar uma estrela no beisebol universitário, na Califórnia, jogando no West Covina ao lado de futuros craques como Jason Giambi e Aaron Small.

Chris Woodward, do Mets, adversário de Lidle naquela época, lembra-se que "Cory era um herói da cidade. Ele é uma lenda no lugar de onde eu vim. Não tinha 2m de altura nem um canhao de 150 quilômetros por hora no braço. Ele era um batalhador".

Mas Lidle, apelidado de "Snacks" (guloseimas) durante seus anos no Oakland Athletics, por causa da sua queda por balas e sorvetes, não era visto com tanta doçura por todos os seus colegas.

Enfrentou animosidade por ter aceitado um contrato para substituir atletas que participavam da greve das grandes equipes em 1995.

Neste ano, ao se transferir de Filadélfia para Nova York, questionou o desempenho do Phillies, e por isso foi chamado de "fura-greve" por Arthur Rodes, do seu antigo time.

Depois da final de sábado passado em que o Yankees perdeu o título para o Tigers (Lidle atuou como substituto), ele disse que o time de Detroit estava mais preparado. A imprensa viu isso como um ataque ao técnico do Yankees, Joe Torre.

Na segunda-feira, dois dias antes do acidente fatal, Lidle ligou para uma rádio local para desanuviar o ambiente. "É um esforço de equipe. A gente ganha como time e perde como time", afirmou.

Leia mais: O Globo Online

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