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O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, fez uma rara aparição nesta segunda-feira (28) em um tribunal, saudando centenas de partidários em Milão, antes de entrar no edifício e ser questionado por duas horas, a portas fechadas, em um caso de evasão fiscal que ele afirma não ter fundamento. Berlusconi saudou seus partidários da janela do sedã preto em que chegou ao tribunal, cercado por cem policiais. Logo após deixar o local, ele agradeceu à multidão. "Obrigado. Foi tudo bem", disse o premiê. Na mesma rua, um grupo bem menor de manifestantes protestava contra o premiê à distância e pedia sua renúncia.

Berlusconi não comentou o caso no local, embora tenha dado uma entrevista mais tarde a um de seus canais de televisão. Os promotores no caso chamado "Mediatrade", que envolve fraude fiscal na venda de direitos de filmes por seu conglomerado Mediaset, alegam que houve fraude na operação. A audiência preliminar decidirá se o premiê deve ser indiciado ou não, no que seria seu quarto julgamento. Uma decisão deverá ser tomada até o final de maio. Embora Berlusconi seja no momento réu ou suspeito em quatro julgamentos, ele raramente comparece às audiências. A última vez que compareceu foi em 2003, em um caso de suborno que já prescreveu.

O advogado de Berlusconi, Nicolló Ghedini, disse que Berlusconi deverá comparecer a outras audiência no caso "Mediatrade", mas afirmou que a presença do premiê num caso onde é acusado de ter pago para fazer sexo com uma menor de 17 anos, ainda não foi confirmado. Essa audiência acontecerá na próxima semana. "O premiê está totalmente tranquilo", disse Ghedini.

"Os promotores já mostraram que querem me perseguir e eles não param nem frente ao ridículo ou à evidência dos fatos", disse Berlusconi a um dos seus canais da Mediaset, mais tarde. O premiê afirma ser visto "como um inimigo ideológico" pelos promotores e como o obstáculo "que impede a esquerda de ganhar o poder" na Itália.

"Infelizmente, o comunismo nunca se rendeu na Itália e nunca mudou", afirmou o premiê. "Eu sou o homem mais acusado no universo e na história". Berlusconi insiste que desde que entrou na política, na primeira metade da década de 1990, deixou o comando das empresas para se devotar aos cargos públicos.

"Desde 1994 que os magistrados têm atuado contra o premiê em inumeráveis julgamentos", disse Alessandro Vigentini, um estudante de direito de 20 anos, que é membro do partido de Berlusconi. "Ele nunca foi condenado. Isso precisa ser compreendido". Mas o líder italiano também não foi inocentado em alguns casos que se arrastam há anos, como um de suborno. As informações são da Associated Press.

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