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Integrantes do Povo Roxo durante passeata: sem filiação partidária, movimento se organiza pela internet | Il Popolo Viola/Wikimedia Commons
Integrantes do Povo Roxo durante passeata: sem filiação partidária, movimento se organiza pela internet| Foto: Il Popolo Viola/Wikimedia Commons

Na política italiana, o vermelho é o novo preto. O Povo Roxo, movimento recente surgido na internet, aparece como uma força, antes das importantes eleições regionais deste domingo e da segunda-feira. Seu objetivo declarado: tirar do poder o primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

Dezenas de milhares de pessoas vestidas de roxo fizeram manifestações na capital italiana, nos últimos meses, atraindo a atenção de partidos da oposição, interessados em obter pontos com o movimento. O próprio Berlusconi realizou uma passeata no sábado passado, uma semana após a mais recente manifestação dos roxos.

Uma carta com uma bala de revólver dirigida ao primeiro-mi­nistro da Itália, Silvio Berlusconi, e a outros líderes do PDL (Povo da Liberdade) foi descoberta neste sábado em um posto dos correios de Milão. Na correspondência, destinada a Villa San Martino, em Arcore (Milão), a residência de Berlusconi, estava escrito: "Terá o final de um rato", com o nome do premiê embaixo.

A Itália terá neste domingo eleições em 13 das suas 20 regiões, bem como num número pequeno de cidades. E o pleito é importante porque cerca de 41 milhões de italianos – numa população de 60 milhões – poderão ir às urnas. Mas as eleições também serão desafiadoras para a esquerda, que governa atualmente 11 das 13 regiões em jogo.

Analistas tentam ainda estimar o possível impacto, caso exista, desse movimento nas eleições regionais. A disputa nas urnas é vista como um teste para o apoio nacional ao primeiro-ministro, envolvido em escândalos sexuais e de corrupção.

O Povo Roxo, sem filiação partidária, explica a escolha do roxo por esta ser uma cor que não é tradicionalmente associada com a política, diferentemente do vermelho ou do azul, por exemplo. O grupo argumenta que Berlusconi está minando a democracia italiana, ao concentrar poder e supostamente usar sua posição para sufocar processos por corrupção.

O grupo começou espalhando sua mensagem pelo Twitter e pelo Facebook, onde tem mais de 257 mil fãs. Mas também tem uma presença forte no mundo real.

Em dezembro, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas para participar do "Dia Sem B", em óbvia alusão à inicial do sobrenome do premiê. Neste mês, em meio aos cartazes de "Chega!", eles se reuniram em quantidade similar em uma praça de Roma, pedindo a renúncia do líder.

"Roxo é a cor do despertar de nossas consciências", afirmou Fabio La Falce, durante a manifestação do dia 13. "Nós queremos ser um movimento de fora dos partidos políticos, livre de qualquer submissão política ou simbólica."

Ainda assim, os políticos estão atentos. Berlusconi am­­pliou sua campanha, organizando sua própria manifestação e fazendo várias aparições na mídia.

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