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Estudantes de Milão protestam contra a falta de investimento na educação no dia em que o Parlamento italiano deu voto de confiança a Berlusconi | Paolo Bona/Reuters
Estudantes de Milão protestam contra a falta de investimento na educação no dia em que o Parlamento italiano deu voto de confiança a Berlusconi| Foto: Paolo Bona/Reuters

Bunga Bunga

Escândalos do premiê inspiram marca de roupas íntimas

Um estilista italiano transformou "Bunga Bunga" — nome do "ritual sexual" que aconteceria em festas do premiê do país, Silvio Berlusconi — em marca de lingerie e roupas. Dono de uma fábrica em Grumello Del Monte, na Itália, Carlo Pagani investiu 200 mil euros na grife.

Ele estampou a marca em peças íntimas e "braceletes afrodisíacos", que já teriam 100 mil pedidos na Itália. "Quando nós as ouvimos pela primeira vez, as palavras ‘Bunga Bunga’ soaram como mágica", explicou o estilista.

A coleção de acessórios inclui colares, chaveiros, perfumes, óleos corporais e roupas íntimas.

Segundo a imprensa italiana, o ritual pode ter sido ensinado a Berlusconi pelo ex-ditador líbio Muamar Kadafi.

Em uma votação apertada, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, obteve ontem um voto de confiança do Parlamento e sobreviveu a uma das mais sé­­rias ameaças de retirá-lo do poder, nas quase duas décadas que o bilionário da mídia está na política italiana. O político conservador obteve o apoio de 316 membros da Câmara Baixa, enquanto 301 dos deputados votaram contra o líder.

Manifestantes em Roma jogaram ovos contra o prédio do Par­­lamento e gritaram "vergonha".

Analistas políticos e financeiros estão céticos com as possibilidades de Berlusconi resolver os graves problemas econômicos da Itália.

"O melhor sinal que a Itália poderia enviar aos mercados se­­ria tirar Berlusconi do poder, mas o país fracassou em fazer isso", disse Sony Kapoor, diretor gestor do think tank Re-Define. "Com Berlusconi ainda no comando, não existe nada que a Itália possa fazer para restaurar a confiança dos mercados", acrescentou.

Caso perdesse a votação, o governo cairia e Berlusconi seria obrigado a convocar eleições, no momento em que a Itália luta para superar a crise da dívida europeia e reforçar a economia nacional.

Foi a oitava votação do tipo em 2011 e a nona nos últimos 12 me­­ses para o primeiro-ministro, que tem usado os votos de confiança para reforçar a coesão de seu grupo político. Desde que chegou ao poder Berlusconi sobreviveu a 51 votos de confiança.

Os críticos, porém, dizem que, ainda que Berlusconi tenha força para se manter no poder, não possui mais a autoridade para aprovar reformas políticas dolorosas necessárias para a economia italiana. "Esta emboscada falhou", disse Berlusconi antes da divulgação do resultado, referindo-se à oposição de centro-esquerda, que tentava realizar manobras protelatórias a fim de forçar o premiê a uma renúncia.

A Itália tem dívidas de 1,9 trilhão de euros, ou 120% do Pro­­duto Interno Bruto (PIB), e a taxa de crescimento econômico mais fraca da zona do euro. "Berlusconi é o último dos moicanos. Ele acredita que 316 votos vão resolver os problemas", disse Pier Ferdi­­nan­­do Casini, líder da União De­­mo­­crática Cristã (UDC). Casini acredita que apesar da vitória, Ber­­lusconi continuará enfraquecido. Alguns políticos da oposição notam que a cada voto de confiança Berlusconi tem menos deputados na Câmara.

Mas o premiê tem sobrevivido a escândalos políticos e de prostituição, a várias gafes e também a um divórcio que foi praticamente público. Ele sem­­­­pre manteve que é inocente, frente às acusações de corrupção e evasão fiscal, e afirma ser perseguido por "juízes comunistas".

O premiê de 75 anos no mo­­mento é réu em três julgamentos, um por corrupção, outro por evasão fiscal e num terceiro é acusado de ter pago para fazer sexo com uma menor de 17 anos.

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