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Joe Biden
Joe Biden caminha com a irmã Valerie para embarcar em avião rumo à Irlanda do Norte, 11 de abril de 2023. Depois de dizer, em janeiro, que a Suprema Corte decidiria quando seria o fim do estado de emergência, o presidente americano assinou lei que suspende em parte a emergência sanitária da pandemia no país.| Foto: EFE/EPA/Al Drago / POOL

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta segunda-feira (10) uma lei que põe fim à emergência nacional da pandemia aprovada antes pela Câmara dos Deputados do país, informou a Casa Branca. A medida encerra imediatamente uma de duas declarações de emergência promulgadas pelo ex-presidente Donald Trump em 2020, que permitiu que o governo federal destinasse recursos para apoiar os esforços dos governos locais no combate à pandemia de Covid-19.

A assinatura de Biden dá luz verde à legislação, que foi aprovada em 31 de janeiro pela Câmara, sob controle dos republicanos desde o início do ano. A gestão de Biden se opôs inicialmente ao projeto de lei, argumentando que, se aprovado, criaria “enorme caos e incerteza no sistema de saúde dos EUA”. Na época, Biden declarou à imprensa que “a emergência da Covid vai terminar quando a Suprema Corte colocar um fim nela”. A iniciativa republicana forçou o executivo a antecipar seus planos em um mês para o fim específico da emergência nacional.

Um dos interesses do governo do Partido Democrata, ao convergir com os republicanos, é o fim da Norma 42 (ou “Título 42”), uma portaria de saúde polêmica que permite a remoção imediata de migrantes na fronteira, sob a justificativa de conter da pandemia. O governo democrata manteve o dia 11 de maio como a data em que planeja suspender a restrição migratória.

Agora, duas políticas já estão descontinuadas: uma que aumentava a cobertura de saúde para pessoas de baixa renda, e a compra de vacinas e tratamentos (como o Paxlovid) contra a Covid por parte do governo, que ainda não esgotou seu estoque.

Três declarações de emergência distintas

A primeira emergência, a de saúde pública, foi declarada em janeiro de 2020 pelo então secretário de saúde Alex Azar. A medida tinha o efeito de flexibilizar algumas exigências legais para facilitar o início do trabalho de contenção dos surtos de Covid.

Um mês depois, Azar editou outra medida de emergência que autorizou à FDA (Administração de Alimentos e Drogas, equivalente à Anvisa) conceder autorizações emergenciais de uso para vacinas e medicamentos contra a nova doença. Ainda não há data para o fim desta declaração. Na opinião de especialistas como Vinay Prasad, médico e professor de epidemiologia e bioestatística na Universidade da Califórnia em São Francisco, houve abuso dessas autorizações de emergência como o atropelamento de protocolos de rigor médico na aprovação da dose bivalente antes que fosse testada em humanos. As farmacêuticas Pfizer e Moderna já estão se movimentando para aprovar seus produtos pelas regras normais, fora do escopo do estado de emergência.

Finalmente, em março de 2020, Donald Trump fez uma terceira declaração de emergência nacional que permitiu que o governo federal mobilizasse recursos para além das delimitações da saúde pública. Uma das medidas era estender prazos para o fim da cobertura de planos de saúde para trabalhadores que saíssem de seus empregos. Foi esta declaração que terminou nesta segunda-feira (10).

Um dos efeitos da emergência pública de saúde é que facilitou o acesso a medicamentos através de telemedicina, inclusive opioides. Essas drogas, tanto as prescritas (OxyContin) quanto vendidas ilegalmente pelo tráfico com conexões no México (fentanil), provocaram 75% de uma onda de overdoses no país, chegando a quase 100 mil mortes em 2020, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Foi um aumento de 30% em relação a 2019. Agências federais já propuseram novas normas para restringir prescrições de medicamentos à distância.

A matéria contou com informações da Agência EFE.

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