Bill Cosby deixa a prisão após tribunal anular condenação por agressão sexual

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A Suprema Corte do estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, anulou nesta quarta-feira a condenação por agressão sexual do comediante Bill Cosby, ícone da cultura popular americana que cumpria pena em uma prisão estadual. Em seguida à decisão judicial, Cosby, de 83 anos, deixou a prisão após ter passado pouco mais de dois anos em reclusão, disseram autoridades locais.

O artista foi condenado em 2018 a um máximo de dez anos de prisão, dos quais deveria cumprir ao menos três, por ter agredido sexualmente em 2004 a canadense Andrea Constand, uma das mais de 60 mulheres que denunciaram Cosby e que afirma que ele a drogou antes de estuprá-la. A vítima era a técnica de basquete do time feminino da Universidade de Temple, onde o ator estudou e da qual era um grande doador.

Na nova sentença, a Suprema Corte da Pensilvânia argumenta que a condenação deve ser anulada porque, mais de uma década antes do julgamento, Cosby havia chegado a um acordo com um procurador para não ser julgado criminalmente pelos abusos contra Constand.

O tribunal também considera que Cosby não teve um julgamento justo porque o magistrado encarregado do caso permitiu que, além de Constand, prestassem depoimento outras cinco mulheres que diziam ser vítimas de abusos do ator.

Mais de 60 mulheres acusaram Cosby de cometer abuso sexual entre 1960 e 2000, mas esses casos prescreveram e apenas as denúncias de Constand puderam ser levadas à justiça. O artista foi a primeira celebridade a ser julgada na era do movimento MeToo, que busca revelar abusos contra as mulheres e a desigualdade.