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No início de suas declarações a uma comissão pública que investiga a atuação da Inglaterra na guerra do Iraque, o ex-primeiro-ministro Tony Blair afirmou que os atentados nos Estados Unidos mostraram que o Ocidente não poderia continuar assumindo o risco de Saddam Hussein reativar seu programa de armas. "O ponto crucial após o 11 de Setembro é que mudou o cálculo do risco", defendeu. Segundo ele, isso não se tratava de uma posição apenas dos norte-americanos, mas também a sua própria e da Inglaterra.

Blair foi questionado sobre uma recente entrevista, na qual afirmou que teria invadido o Iraque mesmo sabendo que não seriam encontradas armas de destruição em massa. Ele alegou que apoiou a invasão liderada pelos EUA no Iraque em 2003 pois Saddam Hussein ignorou resoluções das Nações Unidas, mas não porque queria uma "mudança de regime". O ex-primeiro-ministro disse que o Iraque já estava na ocasião "há dez anos desafiando" as resoluções da ONU sobre armas de destruição em massa e era preciso reverter esse quadro.

O depoimento de Blair no centro de conferências, em Londres, era acompanhado por uma plateia que incluía parentes dos 179 soldados britânicos mortos na guerra no Iraque. Reg Keys, que perdeu seu filho Thomas no Iraque em 2003, disse esperar ouvir de Blair a razão de o ex-primeiro-ministro aprovar em 45 minutos um dossiê, usado para justificar a invasão, afirmando que Saddam poderia utilizar armas de destruição em massa. "Este é um dia pelo qual esperamos muito tempo e quero ouvir o que ele tem a dizer.

Blair, que deixou o poder em 2007, deve ser questionado sobre a razão de ter dito ao então presidente dos EUA, George W. Bush, que a Inglaterra apoiaria o aliado na ação militar, independentemente dos resultados diplomáticos. Centenas de manifestantes estavam na entrada do centro de conferências, com cartazes como "Bliar" (jogo entre o nome do ex-líder e a palavra mentiroso em inglês) e "Tony Blair é um criminoso de guerra".

A multidão chamou Blair de "covarde", após ele entrar no prédio por uma porta lateral. "Ele não tem a integridade para vir e encarar as pessoas. Entrar pela porta dos fundos é típico de suas mentiras, fraudes e evasivas", acusou Lindsey German, membro da entidade Stop The War Coalition.

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