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Londres – Irritado com a recusa do Irã em libertar os 15 marinheiros e fuzileiros navais britânicos capturados no Golfo Pérsico na sexta-feira, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, lançou ontem uma dura ameaça contra Teerã: "Se não conseguirmos convencê-los a soltar os marines (pela via diplomática), teremos de partir para uma nova fase", disse.

A ameaça foi feita durante entrevista para uma rede de televisão britânica e Blair não esclareceu se entre as novas estratégias estariam o rompimento de laços diplomáticos com o Irã e uma ação militar. Pouco depois, numa tentativa de reduzir o impacto da declaração do premiê, seu porta-voz disse que a Grã-Bretanha está mantendo "um diálogo discreto" com os iranianos e o próximo passo será tornar-se "mais explícita" em suas reivindicações.

Os marines britânicos foram detidos por militares em embarcações da Guarda Revolucionária do Irã enquanto participavam de uma operação de patrulha das fronteiras marítimas do Iraque. O episódio desatou uma grave crise diplomática entre os dois países e ameaça aumentar as tensões na região - já elevadas em conseqüência da recente aprovação, no Conselho de Segurança da ONU, de sanções mais duras contra Teerã por sua recusa em suspender seu programa nuclear.

Impulsionada pela crise, a cotação do petróleo no mercado internacional chegou a US$ 63,30 na segunda-feira – a mais elevada do ano. Ontem, ela registrou uma leve queda, fechando a US$ 62,93.

Impasse

O governo iraniano se recusa a libertar os marines alegando que eles invadiram as fronteiras marítimas do seu país e precisam ser interrogados. A Grã-Bretanha, porém, garante que os 15 estavam em águas iraquianas quando foram detidos e diz que pode apresentar provas.

Uma das principais reivindicações dos diplomatas britânicos é ter acesso aos marines – que, segundo fontes iranianas, estão na capital do país. O governo do Irã diz que precisa concluir suas investigações antes de permitir tal acesso, mas garante que os prisioneiros estão sendo tratados "com humanidade e respeito" – o que incluiria privacidade garantida para a única mulher do grupo, Faye Turney. "Os marinheiros britânicos irão passar por um processo legal apropriado", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hosseini.

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