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São Paulo – Tony Blair deu ontem seu derradeiro discurso como primeiro-ministro em uma convenção do Partido Trabalhista, ressaltando a importância de manter laços estreitos com Washington na luta contra o terrorismo, mesmo que seja difícil de ser o aliado mais forte dos Estados Unidos. Blair deixará o governo no ano que vem. O líder de 53 anos admitiu que será difícil deixar o escritório, mas ponderou que é o melhor a fazer.

Em um discurso melancólico, mas direcionado para o futuro, Blair afirmou que o partido deve permanecer destemido para manter o poder e disse que o legado mais importante que deixou foi a vitória dos trabalhistas pelo quarto mandato consecutivo.

Correligionários, gratos pela vitória, ouviam atentamente o discurso e, por diversas vezes, interrompiam com aplausos. Muitos acenavam com cartazes com os dizeres "muito jovem para se aposentar" e "Tony, você fez o Reino Unido melhor".

Blair iniciou sua carreira política como um jovem candidato ao Parlamento em 1983, e disse que os trabalhistas mudaram os rumos dos debates na política britânica durante o tempo em que liderou o partido.

"A verdade é que você não pode continuar para sempre", disse Blair. "Por isso, esta é minha última convenção como líder."

"Claro que é difícil de abandonar o cargo. Mas também é correto deixá-lo. Pelo país e por vocês do partido", disse em discurso que durou cerca de uma hora. Embora Blair tenha tido uma história de amor e ódio com o partido desde que assumiu a liderança da base em 1994, remodelando-o ao longo dos anos, ele disse que sempre verá os feitos dos trabalhistas com orgulho.

"Onde quer que eu esteja, o que quer que eu faça, estarei com vocês", disse.

Desafio

Blair afirmou, ainda, que a luta contra o terrorismo continuará a ser um desafio para o Reino Unido nos próximos anos. E destacou como crucial a iniciativa de o país se manter alinhado aos Estado Unidos, embora tenha sofrido diversos danos políticos por conta dos estreitos laços que manteve com o presidente Bush e por seu apoio à guerra do Iraque.

"Sim, algumas vezes é difícil de ser o aliado mais forte da América", disse, acrescentando que uma aproximação profunda com a União Européia também pode se tornar difícil.

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