• Carregando...
Vice-primeiro-ministro italiano e líder dos nacionalistas na disputa pelo Parlamento Europeu, Matteo Salvini
Vice-primeiro-ministro italiano e líder dos nacionalistas na disputa pelo Parlamento Europeu, Matteo Salvini| Foto: Miguel MEDINA/AFP

Os europeus deram um duro golpe nos partidos tradicionais da União Europeia nas eleições para o Parlamento Europeu, que começaram na quinta-feira e terminaram neste domingo (26). Em contrapartida, deram um grande impulso aos partidos anti-establishment, à esquerda e à direta, segundo apontam as pesquisas de boca de urna.

Cerca de 200 milhões de pessoas, dos 28 países do bloco, votaram no segundo maior evento democrático do mundo - as eleições para a Eurocâmara só são menores do que as da Índia. A participação neste domingo, quando a maioria das nações votou, foi a maior dos últimos 25 anos, chegando a 51%, sem incluir nesta conta o Reino Unido – caso se leve em conta o Reino Unido, que ainda não contabilizou seu resultado, a participação poderia se situar entre 40% e 52%, segundo o porta-voz do Parlamento Europeu, Jaume Duch.

Desde a última eleição, em 2014, a União Europeia foi abalada por uma crise de refugiados, vários ataques terroristas em massa e o Brexit, voto do povo britânico para sair do bloco. Esse cenário conturbado levou as pessoas às urnas para tentar enfraquecer os partidos de centro que há décadas detém uma maioria esmagadora no legislativo europeu.

Resultados preliminares apontam que, juntos, o partido de centro-esquerda, Social Democratas (do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez), e o Partido Popular Europeu, de centro-direita (da chanceler alemã, Angela Merkel), estão perdendo 87 cadeiras na casa, que tem um total de 751. Mesmo assim, eles ainda são os mais votados. As pesquisas de boca de urna apontam que o partido de Sánchez deve levar 147 assentos e o de Merkel, 178.

Os nacionalistas do partido Europa das Nações e das Liberdades, cujos líderes mais proeminentes são a francesa Marine Le Pen e o italiano Matteo Salvini, devem conquistar 57 lugares, ficando aquém do objetivo de se tornar a terceira maior força dentro do legislativo europeu. Os resultados preliminares mostram que a Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa, da qual faz parte o partido do presidente da França, Emmanuel Macron, deve ocupar esta posição, com 101 assentos - 34 a mais do que o grupo tem hoje.

Os Verdes, de esquerda, também estão registrando avanços em relação às eleições de 2014, com 20 lugares a mais nestas eleições.

O resultado final provavelmente será um Parlamento Europeu no qual os partidos de centro não conseguirão a maioria pela primeira vez e terão de obter apoio de outros grupos para legislar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]