La Paz - O governo da Bolívia anunciou ontem que autorizou a petroleira estatal YPFB a associar-se sem licitação com companhias estrangeiras, como a venezuelana PDVSA e a russa Gazprom, com objetivo de multiplicar os investimentos em exploração de petróleo e gás no país.
O ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse em entrevista à imprensa que um decreto supremo assinado no domingo pelo presidente Evo Morales abre as portas a novos investimentos, com os quais os país pretende aumentar suas reservas e sua produção de hidrocarbonetos (petróleo e gás). "Temos um vasto território para explorar e esse decreto supremo e mais uma licitação que vamos lançar nas próximas semanas (...) tem por objetivo abranger todo o território que não foi explorado", afirmou Villegas.
A abertura a novos investimentos foi anunciada poucos dias depois do governo boliviano ter chegado a um acordo para recomprar duas refinarias que a brasileira Petrobrás tinha no país vizinho e que são vitais para o mercado interno boliviano. Com a recuperação das refinarias, a YPFB reforçou o controle do setor, que assumiu em 2 de maio mediante 44 novos contratos assinados com as 10 multinacionais que operam no país, entre elas a Petrobrás, a espanhola Repsol-YPF, a francesa Total e a britânica British Gas .
Villegas lembrou que a Bolívia tem a segunda maior reserva sul-americana de gás natural, mas que até agora só explorou 11% do seu território.
"A Rússia nos propôs subscrever um acordo energético para que (...) YPFB e Gazprom possam fazer uma sociedade anônima mista, onde YPFB terá ao menos 50% mais uma ação, para trabalhar conjuntamente para explorar algumas áreas", disse o ministro.
Villegas explicou que o novo plano estabelece que YPFB poderá explorar por conta própria, ou associada prioritariamente com empresas estatais de países com os quais a Bolívia tem convênios de cooperação energética. Como terceira opção, a YPFB poderá associar-se com companhias estrangeiras privadas e, em último caso, poderá convocar uma licitação internacional para leiloar áreas de exploração.
A YPFB não tem capacidade de assumir sozinha grandes projetos de exploração e produção de hidrocarbonetos, o que faz com que a empresa "busque sócios para investimentos que agora o governo parece necessitar desesperadamente", comentou o analista Humberto Vacaflor, na Bolívia.
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