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Havana – Pela primeira vez, o centro da homenagem anual ao revolucionário Ernesto Che Guevara, que completaria 78 anos ontem, deixou de ser Cuba. O país escolhido foi a Bolívia do presidente cocaleiro Evo Morales. Familiares de Che e Morales participaram do ato, realizado no povoado La Higuera, onde o revolucionário foi executado a tiros em 9 de outubro de 1967, um dia depois de ser capturado.

O gesto de Morales foi qualificado como "histórico" por Cuba. A televisão local exibiu documentários sobre Che e transmitu a cerimônia realizada na Bolívia. Quando esteve em Cuba há dois meses, Morales entregou a Fidel Castro, a quem chama de "avô sábio", um presente adiantado pelos 80 anos do presidente cubano, que serão completados no dia 13 de agosto: seu retrato, o do herói José Martí, e o de Che Guevara, todos em folha de coca.

A homenagem na Bolívia é um acontecimento inédito por dois motivos: Morales é o primeiro presidente na história da Bolívia a transformar Che num emblema de governo e agora Cuba ganhou um apoio para a "canonização" revolucionária de Che.

"O Che é universal (...) É importante conhecer o Che. A rebeldia é uma parte, mas é preciso ir além, levar o nome de Che para o cotidiano", disse Aleida Guevara, filha de Che e médica como o pai. A Casa das Américas apresentou um livro de apontamentos inéditos de Che, no qual ele critica a ex-União Soviética e outros países comunistas.

A boliviana Susana Osinaga Robles, uma das enfermeiras que lavou o corpo do guerrilheiro em 1967, acredita que a alma do combatente a protege e a mantém viva, aos 73 anos. Seu testemunho é um dos muitos que ainda é possível encontrar na região de La Higuera.

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