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A Bolívia vive na sexta-feira uma espécie de trégua de Ano-Novo, depois de quatro dias de protestos que deixaram dezenas de feridos. Pela primeira vez, o presidente Evo Morales enfrentou manifestações pela sua saída, uma reação ao aumento dos combustíveis decretado pelo governo.

A maior onda de reprovação ao presidente em cinco anos de governo pode ressurgir na semana que vem, para quando lideranças comunitárias, sindicais e políticas opositoras anunciaram atos de protestos, apesar de aumentos salariais e outras medidas oficiais compensatórias.

Morales subiu os preços dos combustíveis em até 83 por cento no último fim de semana. O objetivo foi cortar subsídios e estimular investimentos, mas a medida acarretou aumento no preço de alimentos e transportes, estimulando os protestos.

"Vamos ver o quanto mais os protestos podem se fortalecer, mas de qualquer forma teremos um 2011 muito difícil, principalmente porque o país volta a se polarizar", disse o analista Jorge Lazarte.

Bloqueios a rodovias entre La Paz e El Alto foram retirados na madrugada desta sexta-feira. Os serviços de transporte foram retomados, o que deu às cidades uma aparência de normalidade.

A TV mostrava outras cidades com uma panorama similar, em contraste com a violência do dia anterior, cujo ápice foi a queima de uma estação de pedágio, da sede de uma associação comunitária de El Alto e o apedrejamento da Vice-presidência.

Molares, que autorizou um aumento salarial de 20 por cento para compensar o reajuste, se disse na quinta-feira confiante de que a situação voltaria à normalidade, "à medida que o povo entenda o benefício das medidas."

O presidente Morales terá negociações com empresas de transporte. Elas pedem um aumento de 100 por cento no preço das tarifas, o que o governo não aceita.

Nas manifestações dos últimos dias, escutou-se gritos de "Fora Evo" pela primeira vez desde que o presidente apareceu em 2005 como salvação para um país em crise política.

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