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Apesar da resistência da oposição em diversas regiões do país, o presidente da Bolívia, Evo Morales, conseguiu aprovar a nova Constituição do país, com o apoio de mais de dois milhões de bolivianos. O resultado final da consulta popular, realizada no dia 15 de janeiro, foi divulgado nesta segunda-feira (2). De acordo com a Corte Nacional Eleitoral, o "Sim" venceu com 61,43% dos votos.

A Constituição foi aprovada por cinco dos nove departamentos da Bolívia. Como era esperado, foi rejeitada nos quatro que decretaram autonomia em 2008: Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija, os mais ricos do país. Localizados no Oriente, região produtora de petróleo e gás, esses departamentos concentram 25% da população boliviana e são contra iniciativas como a nacionalização dos recursos naturais e o corte no repasse de impostos obtidos com petróleo e gás.

A maior rejeição ao novo texto constitucional foi registrada em Beni, onde 67,33% dos votantes disseram não à nova Constituição. Em Santa Cruz, o índice de rejeição foi de 65,25%; em Pando, de 59,04%; e em Tarija, de 56,66%.

Curiosamente, esses estados contrários à reforma agrária - aprovaram limites menores para a posse de terras, ainda que com altos índices de votos em branco (55,91% em Beni, por exemplo). O limite de 5 mil hectares foi aprovado pelos nove departamentos bolivianos, representando vitória importante do governo no sentido de acabar com os latifúndios.

Nessa questão, Morales obteve apoio de 1,95 milhão de bolivianos (80,65% dos votos válidos) para o limite de 5 mil hectares para propriedade de terra. Apenas 459 mil votantes (19 35%) se manifestaram a favor do limite de 10 mil hectares. Nessa questão, 893 mil bolivianos (25,46%) preferiram votar em branco e 188,5 mil (5,38%) anularam o voto.

Os bolivianos compareceram em massa ao referendo convocado por Morales. Dos 3.891.316 cidadãos habilitados a votar, 3.511.681 (90,26%) deram sua opinião quanto ao polêmico texto constitucional aprovado pelo Congresso da Bolívia em dezembro de 2007. O total de votos válidos foi de 95,70%, contra 2,61% de nulos e 1,70% de votos em branco.

O resultado final do referendo deve ser enviado até sexta-feira (6) ao Congresso e , depois, encaminhado ao presidente Evo Morales para promulgação.

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