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Bombas mataram dezenas de pessoas no Iraque nesta segunda-feira, aumentando a pressão para que as facções rivais presentes no novo governo do país cheguem a um acordo sobre quem serão os ministros de Defesa e do Interior, órgãos responsáveis por enfrentar a violência.

Em uma série de ataques, ao menos 38 pessoas foram mortas, a maior parte delas em Bagdá, afirmou a polícia.

No mais violento dos nove incidentes, um carro-bomba atirado contra uma patrulha do Exército iraquiano matou 12 pessoas, a maior parte delas estudantes, em um bairro sunita do norte de Bagdá.

Uma bomba plantada ao lado de uma estrada matou ao menos oito pessoas em uma área xiita no noroeste da capital.

Na pequena cidade de Khalis, 80 quilômetros ao norte de Bagdá, uma bomba colocada em um ônibus que transportava trabalhadores matou 11 pessoas, disse a polícia.

- O que eles fizeram de errado? - perguntou um homem de meia-idade ao olhar para o ônibus sujo de sangue.

Um grupo iraniano exilado afirmou que os mortos eram empregados que se dirigiam para sua base na área. Notando que o ministro das Relações Exteriores do Irã esteve na capital iraquiana na semana passada, a Organização Mujahideen do Povo culpou pelo incidente os xiitas presentes no atual governo do Iraque.

O Ministério de Defesa da Grã-Bretanha relatou que dois soldados do país foram mortos em um suposto ataque com bomba na cidade de Basra (sul), no domingo à noite, elevando para 113 o número de baixas britânicas desde a invasão do território iraquiano, em 2003.

Outros dois militares da Grã-Bretanha ficaram feridos no incidente. A cidade de Basra tem se mostrado relativamente calma, mas cinco soldados britânicos morreram na queda de um helicóptero em 6 de maio -- o aparelho foi possivelmente atingido por tiros --, e uma bomba matou dois militares do país uma semana depois.

As Forças Armadas do Iraque, treinadas pelos militares americanos a fim de assumir as missões de segurança, disseram ter capturado um importante aliado do líder da Al Qaeda no país, Abu Musab al-Zarqawi.

As forças de segurança iraquianas e norte-americanas afirmam frequentemente ter capturado ou matado assessores do militante. Mas Zarqawi, por cuja cabeça há um prêmio de 25 milhões de dólares, continua foragido. O homem capturado seria Kassim al-Ani.

Disputa pelos ministérios

Um grupo ligado à Al Qaeda afirmou ser o responsável pelo assassinato de um líder tribal sunita, morto a tiros no domingo em Bagdá. Esse líder era contrário à atuação do grupo de Zarqawi.

Autoridades americanas atribuem grande parte da insurgência a pessoas leais ao presidente deposto Saddam Hussein, que retornou a uma corte na segunda-feira para dar continuidade a seu julgamento por crimes contra a humanidade. Testemunhas de defesa foram ouvidas.

Enquanto a violência continua, os dirigentes iraquianos tentam chegar a um acordo sobre o nome dos próximos ministros de Defesa e do Interior, cinco dias depois de o governo de unidade nacional ter tomado posse prometendo retomar a estabilidade e dar cabo dos enfrentamentos internos.

A falta de acordo obrigou o primeiro-ministro Nuri al-Maliki a deixar vagos esses postos quando anunciou a formação de sua coalizão de governo, da qual participam xiitas, sunitas e curdos.

O comando do Ministério do Interior tem sido o mais problemático. O titular anterior do cargo foi acusado de não impedir a atuação de grupos da morte xiitas presentes entre os policiais.

Em Washington, um congressista do Partido Democrata (oposição) afirmou no domingo que o assassinato de civis por fuzileiros norte-americanos havia prejudicado mais os planos dos EUA para o Iraque do que o escândalo de tortura em prisões iraquianas.

John Murtha, um condecorado fuzileiro da reserva, disse "não haver dúvidas" de que os militares tentaram esconder o assassinato de até 20 civis iraquianos, no ano passado, na cidade de Haditha.

Os militares investigam o incidente de 19 de novembro.

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