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Perfil: Peter, o físico que deu o nome ao bóson de Higgs

O físico britânico Peter Higgs teve uma epifania genial, em 1964, ao postular a existência de uma partícula subatômica, que os físicos do CERN afirmam ter, talvez, encontrado depois de uma longa busca.

Este homem modesto, agora aos 83 anos, exclamou: "Ah. que merda, eu sei como fazer!" quando teve a intuição de um "campo" que se assemelha a uma espécie de cola onde as partículas ficariam mais ou menos presas, contou ao seu antigo colega Alan Walker.

Higgs publicou um artigo sobre sua teoria, que acabou por se tornar o carro-chefe de uma escola científica para qual vários físicos têm contribuído ao longo dos anos.

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A descoberta do bóson de Higgs, anunciada nesta quarta-feira (4) pelo centro de pesquisa Cern (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear), coloca areia no trabalho do comitê que tem a missão de escolher os próximos indicados ao Nobel de Física.

O problema são dois, como noticia a edição do jornal britânico "Guardian". Não é um ou outra pessoa que trabalhou no que é o maior acelerador de partículas do mundo, o LHC (Grande Colisor de Hádrons), e sim dezenas delas. E todas merecem crédito pela descoberta.

Além deles, existem os físicos teóricos que, neste caso, se dividem em três grupos que trabalharam de forma independente, totalizando seis pesquisadores. Todos publicaram artigos sobre similares em 1964.A dor de cabeça para o comitê reside no fato de o Nobel, tradicionalmente, escolher apenas três indicados para o prêmio.

Peter Higgs, cujo nome batizou a partícula essencial em 1972, foi o segundo físico a publicar um artigo sobre o assunto. O primeiro saiu em setembro de 1964 e o outro, em outubro. Neste último, ele se tornou o primeiro a citar explicitamente a possibilidade de existência de uma nova partícula que explicaria como a massa das coisas seria formada.

Antes dele, Robert Brout e François Englert, ambos da Universidade Livre de Bruxelas, também haviam formulado uma hipótese parecida.

Brout morreu em 2011, o que o exclui da premiação já que o Nobel não faz homenagens póstumas. A exceção foi no ano passado, porque o canadense Ralph Steinman morreu pouquíssimo tempo depois de ser indicado ao reconhecimento em medicina, e o comitê decidiu mantê-lo como premiado.

Já o terceiro time de teóricos inclui os norte-americanos Dick Hagen e Gerry Guralnik e o britânico Tom Kibble, com artigo publicado em novembro.

Ou seja, cinco físicos estão vivos e podem ser considerados no prêmio caso a descoberta do bóson seja confirmado. Um deles seria, possivelmente, Englert, o primeiro a formular a teoria. Agora resta saber como fazer a conta bater quando sobram apenas mais duas indicações para todos os nomes envolvidos na descoberta do bóson.

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