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50 mortes foram registradas apenas em um dia no Zimbábue. Número total de mortos subiu para 366 em razão do cólera | Philimon Bulawayo / Reuters
50 mortes foram registradas apenas em um dia no Zimbábue. Número total de mortos subiu para 366 em razão do cólera| Foto: Philimon Bulawayo / Reuters

O ministro de Relações Exteriores de Botsuana, Phando Skelemani, pediu nesta quarta-feira (26) que os países da África fechem suas fronteiras com o Zimbábue. Segundo o ministro, essa seria uma forma de pressionar o presidente Robert Mugabe a deixar o poder.As iniciativas de mediação fracassaram no propósito de retirar o presidente do Zimbábue e as nações africanas devem agora impor sanções, afirmou Skelemani à rede britânica BBC.

O chanceler de Botsuana apontou que Mugabe não conseguiria se manter no poder se por uma semana não entrasse petróleo no Zimbábue. Para o ministro, os líderes do sul da África devem dizer claramente a Mugabe que não o apóiam. Mugabe governa o Zimbábue desde 1980. No início deste ano, ele foi derrotado no primeiro turno das eleições pelo líder da oposição, Morgan Tsvangirai. Após o segundo turno, em junho, Mugabe se proclamou vencedor do segundo turno das eleições e a crise política e econômica do país se agravou ainda mais.

Botsuana e Zâmbia têm sido as únicas vozes críticas a Mugabe na África, ainda que recentemente a África do Sul tenha endurecido sua posição. O governo sul-africano afirmou que suspenderá a ajuda agrícola até que Mugabe forme uma coalizão de governo com a oposição.

Nesta quarta-feira, o embaixador dos Estados Unidos no Zimbábue, James McGee, também instou os vizinhos africanos a serem mais duros com o governo de Mugabe.

"A pressão mais importante virá da própria região", disse McGee, durante encontro na União Comercial dos Fazendeiros, na capital do Zimbábue, Harare. A maioria dos fazendeiros da organização são brancos, descendentes dos colonizadores britânicos da antiga Rodésia. Muitos dos fazendeiros brancos foram expulsos por Mugabe das suas terras.

Epidemia de cólera

As Nações Unidas informaram nesta terça-feira que 50 mortes pelo cólera foram registradas no Zimbábue apenas no dia anterior. Com isso, subiu para 366 o número de mortos pela doença desde agosto, a maioria deles nas duas últimas semanas.

Entidades humanitárias afirmam que centenas de pessoas morrem em suas casas e os óbitos não são registrados. Apenas no hospital da cidade sul-africana de Musina, fronteiriça com o Zimbábue, chegaram perto de 200 zimbabuanos com cólera nos últimos 15 dias Três dos doentes morreram.

Com os graves problemas do sistema de saúde zimbabuano, fugir para outro país torna-se uma chance para os doentes terem melhor tratamento.

O cólera é uma doença gastrointestinal transmitida por meio de água contaminada, relacionada a condições precárias de higiene, à superpopulação e à falta de saneamento adequado. A doença pode ser tratada com relativa facilidade, mas provoca muitas mortes em países pobres. As informações são da Associated Press.

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