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Ajuda

Brasil aumenta doações contra a fome na África

Em aposta humanitária, governo brasileiro bate recorde no envio de alimentos para vítimas da seca africana

Mulher somali refugiada da secae seus filhos chegam à  capital Mogadíscio em busca de ajuda | Feisal Omar/Reuters
Mulher somali refugiada da secae seus filhos chegam à capital Mogadíscio em busca de ajuda (Foto: Feisal Omar/Reuters)

O governo brasileiro vai aumentar para 38 mil toneladas as doações de alimentos para a Somália. Há uma semana, o Itamaraty in­­formou que 20 mil toneladas se­­riam enviadas ao país, onde mais de 3,7 milhões de pessoas enfrentam uma crise de fome.

Com o apoio de navios mercantes, partindo do porto do Rio de Janeiro, o Brasil enviará à Áfri­­ca até o fim de agosto carregamentos de arroz, feijão, milho, leite em pó e sementes.

Os números são recordes brasileiros em matéria de ajuda humanitária internacional. É a primeira vez que o Brasil faz um envio de alimentos ao país africano e é a maior doação do tipo já realizada.

"Também serão enviadas 15 mil toneladas de alimentos a campos de refugiados na Etiópia", disse à reportagem Milton Rondó, coordenador-geral de Ações In­­ternacionais de Combate à Fome do Itamaraty.

Liderança

As entregas de alimentos colocam o Brasil como o décimo maior doador de fundos humanitários para a crise no chifre da África – região que compreende Somália, Quê­­nia, Etiópia, Djibuti – onde 12 milhões sofrem com a pior seca em 60 anos. Na lista da ONU, di­­vulgada esta semana, o país soma US$ 22 milhões em contribuição, em 2011. À frente de potências co­­mo Alemanha, França e Suíça.

As doações foram autorizadas por lei sancionada mês passado e serão realizadas em parceria com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), da ONU. Segundo a nova legislação, o Brasil deve doar em 2011 um total de 710 mil toneladas de alimentos a diversos países, no valor de US$ 350 milhões.

"Esse montante de alimentos representa 13% de nosso fluxo global", explica Kyomi Kawa­­gu­­chi, representante do PMA no Brasil. A nova lei brasileira também permite que as 710 mil toneladas sejam vendidas. "Caso não encontremos parceiros para trans­­porte de todo este volume, podemos monetizar o recurso", afirmou Rondó.

Segundo o ministro, o Brasil ainda deve lançar nos próximos dias um número de conta na Cai­­xa Econômica Federal para receber doações de dinheiro. "Que­­re­­mos que seja o mesmo que já estava sendo usado para recolher fun­­dos para o terremoto no Haiti", informou o ministro. A iniciativa ficaria sob os auspícios do Pro­­gra­­ma da ONU para o Desenvol­­vi­­mento e da própria Caixa.

O investimento da diplomacia brasileira em criar uma imagem humanitária para o Brasil acontece no momento em que o país se esforça para ganhar mais exposição na cena internacional. Entre os principais motivos está a disputa por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

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