Rio Em abril de 2008 chega ao Brasil o Golar Spirit, o primeiro navio de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), com capacidade para 7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, que a Petrobrás fretou no mercado internacional. Um mês depois, ficarão prontos os dois terminais que a estatal está construindo no porto de Pecém (Ceará) e na Baía de Guanabara. Tudo como parte do plano de contingência para suprir o déficit da oferta de gás. Mas, ficará faltando o principal: o gás. O segundo navio, o Golar Winter, com o dobro da capacidade, deve chegar ao país em abril de 2009. Talvez até lá o Brasil consiga fechar contratos de fornecimento com Argélia e Nigéria, países que já assinaram memorandos de entendimento com a Petrobrás, que busca em todo o mercado internacional alternativas de suprimentos.
Os navios serão plantas móveis de abastecimento de gás. Não é uma alternativa barata, mas é eficiente. O gás, comprado no exterior, é submetido a um processo de liquefação, que reduz o seu volume em até 600 vezes para facilitar o transporte. Nos navios ele é trazido para o Brasil e a própria embarcação possui equipamentos que retornam o produto à forma gasosa (as plantas de regaseificação). O gás é estocado nos terminais para distribuição. A Petrobrás ainda irá contratar um terceiro navio, com capacidade para mais 10 milhões de metros cúbicos, mas ainda não decidiu onde será construído o outro terminal.
A estatal poderá também atuar no mercado internacional de GNL utilizando os dois navios já contratados da empresa inglesa Golar, segundo informou o gerente executivo de Gás e Energia da estatal, Antônio Eduardo Monteiro de Castro. As duas embarcações estão sendo convertidas pela Golar, a partir de navios supridores, ou seja, que hoje são utilizados apenas para transportar o GNL. Nesta conversão, eles recebem a bordo a planta de regaseificação.
Pelo projeto da Petrobrás, eles estarão ligados à terra por um pier, onde estará instalado o gasoduto que vai levar o gás para as refinarias e térmicas. Do outro lado, ele será acoplado aos navios supridores que chegarão ao País com o GNL importado. "A Petrobrás optou por estes dois sistemas móveis de regaseificação também pela possibilidade de utilizá-los durante o período de ociosidade. Essa é a grande vantagem de ele ser flexível", disse o executivo.
Pelo contrato com a Golar, os dois navios serão fretados e operados por um valor de US$ 90 milhões anuais, num período de 10 anos.



