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Curitiba – Mais de 6 mil especialistas de 110 países fazem parte do Icomos (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios Arqueológicos), instituição ligada a Unesco com sede em Paris, que tem como objetivo olhar pelo patrimônio cultural mundial. O comitê do Icomos no Brasil passou a ser liderado este ano pela especialista curitibana em conservação do patrimônio histórico, Rosina Parchen. Em entrevista à Gazeta do Povo, Rosina fala sobre os desafios de assumir a entidade de renome internacional e quais serão as ações que o comitê pretende desenvolver até o fim de 2009.

Gazeta do Povo – Assumir a presidência do Icomos Brasil foi um grande passo em sua carreira. Como está sendo o desafio?

Rosina Parchen – Me formei em arquitetura e comecei a trabalhar com patrimônio cultural em 1980. Em 1984 me especializei em conservação do patrimônio histórico na Universidade Federal da Bahia e, só em 1987, fui admitida como associada do Icomos. Ou seja, já tinha 7 anos de atuação na área. Este é um dos requisitos da entidade ao selecionar os seus associados, que precisam ter pelo menos 5 anos de experiência. Nos últimos 7 anos fiz parte da diretoria do Icomos Brasil. No início desse ano fui convidada a encabeçar uma chapa para concorrer ao triênio 2006/2009. A diretora financeira, Ana Lúcia Ciffoni, e o secretário-geral, José la Pastina Filho, também moram em Curitiba, o que facilita o trâmite administrativo da instituição. É uma grande responsabilidade porque o Icomos é uma entidade muito representativa em todos os países onde atua e queremos que tenha esse reconhecimento no Brasil também, divulgando como e o que podemos fazer pela preservação do patrimônio cultural. Este foi o coroamento de um trabalho que viemos desempenhando há algum tempo.

Quais são os planos e projetos para esta gestão?

A primeira coisa é mostrar o Icomos para o Brasil, como podemos trabalhar com as instituições governamentais e auxiliá-las na preservação do patrimônio cultural. Faremos isso aumentando a nossa rede de associados, divulgando a atuação dos membros e dos comitês estaduais. Mostrar para fora do Brasil que o comitê nacional do Icomos está atuante, trabalhando com projetos na área de preservação, em arqueologia ou patrimônio natural.

Quais são os patrimônios que estão em risco no Brasil?

Existem muitos patrimônios que devem ser observados com atenção. O Brasil possui instituições de patrimônio cultural muito bem estruturadas no âmbito do governo federal e estadual. Existem muitos técnicos atuando. Ao mesmo tempo também são inúmeros os patrimônios tombados. O Icomos fará o possível para trabalhar junto e apoiar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural). Dentre os patrimônios que mais preocupam, está Brasília, por seu conjunto arquitetônico que já esteve em situação de risco por conta do crescimento desordenado, o Parque Nacional do Iguaçu, a Serra da Capivara (Piauí), Ouro Preto e até o carnaval em Olinda. São regiões que precisam de monitoramento constante.

O que se espera do novo presidente para o setor de conservação do patrimônio histórico?

Ainda é preciso ter mais recurso para a área. Temos estrutura e técnicos, mas faltam recursos, sejam do governo ou do setor privado. As leis do incentivo estão disponíveis, mas precisam ser utilizadas com mais freqüência no patrimônio histórico.

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