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No papel de facilitador das negociações na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em Durban (COP-17), o Brasil afirmou nesta quinta-feira (8) que os prazos para alcançar um novo acordo global contra o aquecimento global "não deve dividir" os países nas últimas horas da conferência.

O negociador-chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo, declarou que todos estão "trabalhando com a mente muito aberta sobre a sequência dos eventos que levarão a um acordo depois de 2020".

Figueiredo, que realizou uma entrevista coletiva em Durban, se referiu aos prazos demarcados pelo Mapa do Caminho proposto pela União Europeia (UE) para alcançar um novo marco legal contra a mudança climática que inclua os principais países emissores de gases do efeito estufa.

"Somos flexíveis sobre as datas. É algo que não deve nos dividir nas últimas horas desta conferência. Precisamos de uma determinação clara de quais devem ser os passos", acrescentou o embaixador.

No entanto, o negociador-chefe do Brasil se mostrou otimista com a possibilidade de conseguir um acordo que inclua datas para a negociação, e apoiou o plano da UE.

"Estamos de acordo, como disse a ministra (do Meio Ambiente, Izabella Teixeira), para um instrumento legal que cobrirá o período posterior a 2020", comentou.

A UE anunciou que só assinará um segundo período do Protocolo de Kioto - o único instrumento que obriga os países desenvolvidos a cortar emissões, com exceção dos Estados Unidos - se os países desenvolvidos aceitarem participar de um novo acordo com responsabilidades similares.

Canadá, Rússia e Japão rejeitaram assinar a renovação do tratado, ao considerar que é um mecanismo inútil e injusto porque não inclui seus concorrentes comerciais, como China, Índia e EUA.

A UE propõe um Mapa do Caminho que leve à assinatura de um novo tratado global em 2015, para seu início em 2020, com o segundo período do Protocolo de Kioto como mecanismo transitório.

Nesta quinta, os países africanos e a Bolívia criticaram o possível acordo preparado em Durban por atrasar a luta contra a mudança climática até 2020, e esquecer as responsabilidades da maioria de países em desenvolvimento durante os próximos nove anos.

"É muito importante que todos cumpramos nossos compromissos (de redução de emissões até 2020). Se trata de atuar agora, e ao mesmo tempo falar do que fazer depois", defendeu Figueiredo.

Além disso, o negociador ressaltou a postura "extremamente cooperativa" que os países do Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), para facilitar um acordo que permita renovar o Protocolo de Kioto e salvar a luta multilateral contra a mudança climática.

A COP17 começou na cidade sul-africana de Durban no último dia 28 de novembro e será encerrada nesta sexta-feira.

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