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As forças policiais do Brasil e da Bolívia devem atuar de forma conjunta para prevenção e combate ao crime organizado. Um plano de ação estabelecendo parâmetros para essa atuação foi assinado nesta quinta-feira (16) em Foz do Iguaçu (PR) pelos ministros da Justiça do Brasil, Luiz Paulo Barreto, e da Bolívia, Sacha Llorenty. "Temos convicção no Brasil de que esse tipo de crime transnacional envolve estrutura, passa pelo recrutamento de agentes, pela lavagem de dinheiro, que acaba atingindo dois ou mais países", disse Barreto. Segundo ele, plano de ação semelhante será apresentado ao Paraguai e, posteriormente, a outros países que fazem fronteira com o Brasil.

O plano prevê formação policial conjunta, particularmente no centro de formação de Belém, no Pará. Também ficou acertado que serão realizadas operações conjuntas e de inteligência na fronteira, com ênfase para a erradicação de cultivos de drogas. "A ideia é fazer o mapeamento do crime organizado que trabalha na fronteira, identificar quais os pontos da logística desse tipo de crime, como pistas de pouso clandestinas, estradas vicinais clandestinas, laboratórios de drogas", destacou Barreto. "A partir do momento que é identificado, fica mais fácil entrar naquele país em operações conjuntas e fazer destruição desse aparato de apoio e fazer as prisões."

O Brasil também deve colocar à disposição da Bolívia o laboratório de combate à lavagem de dinheiro, com treinamento de técnicos bolivianos. Segundo Barreto, haverá um esforço conjunto para a regularização dos documentos de brasileiros que vivem na Bolívia, assim como de bolivianos que estão no Brasil, com o objetivo de que não fiquem vulneráveis à cooptação por parte do narcotráfico.

Barreto disse que, após os vários encontros de integrantes do Mercosul, incluindo os presidentes dos países, realizados desde terça-feira, em Foz do Iguaçu, será apresentado aos Legislativos o projeto para a criação do Mandado Mercosul de Captura, já discutido em novembro, em Brasília, durante reunião dos ministros da Justiça do Mercosul. Por meio dele, será possível acelerar o processo de extradição de qualquer preso entre os países fronteiriços, o que dificultaria a fuga de criminosos. "Dos dois anos que demoram o processo de extradição hoje, seria reduzido para menos de dois meses", salientou o ministro. "A expectativa é que seja aprovado pelos Legislativos em 2011."

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