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O Brasil é contrário à aplicação de sanções à Síria sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Nesta semana, os Estados Unidos haviam aventado a possibilidade de que "ações" fossem adotadas à margem do órgão - em que a Rússia, um dos cinco membros com poder de veto, vem impedindo a tomada desse tipo de medidas contra o regime de Bashar al-Assad.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, também rechaçou a pressão americana para que Brasília adote posição mais dura sobre o conflito. "O Brasil jamais se associará a esse tipo de comportamento (sanções fora do Conselho de Segurança)", disse ele. "Se for deliberado, em funções de recomendações do (enviado especial da ONU e da Liga Árabe para o conflito sírio) Kofi Annan, da missão que lhe foi confiada, que se adotem sanções, por exemplo embargo de armas ou outras medidas análogas, claro, o Brasil por definição sempre incorpora ao ordenamento jurídico as sanções aprovadas pleo Conselho de Segurança". Patriota esteve neste sábado (2) no Copacabana Palace, onde se reunia com o chanceler venezuelano Nicolás Maduro.

Na última quarta-feira, a embaixadora americana na ONU, Susan Rice, afirmou que "adotar ações fora do plano de Annan e da autoridade deste Conselho (de Segurança)" poderia se tornar a "única opção" para encerrar o conflito sírio - que deixou cerca de 13 mil mortos em 15 meses. Uma das condições seria a impossibilidade de o órgão aprovar sanções, como acontece hoje, em razão já declarado veto russo.

O fracasso do plano de Annan seria a segunda condição. Firmado em abril, o documento previa, entre seus seis pontos, que Assad retirasse o armamento pesado das ruas e colocasse o Exército de volta nos quarteis. Nesta sexta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado nos EUA, Mike Hammer, cobrou do Brasil um apoio mais incisivo ao plano, um envolvimento maior na atividade do Conselho de Segurança (o país foi membro temporário e pleiteia vaga permanente, o que lhe daria poder de veto) e uma maior pressão sobre o regime sírio.

Patriota atribuiu as declarações a um "mal entendido", também dando a entender que o país continua contrário a qualquer intervenção militar no conflito. "Eu gostaria de retificar que o apoio do Brasil ao plano Kofi Annan talvez seja superior ao dos Estado Unidos. Ele (Annan) é contra a militarização do conflito da Síria, o que implica que ele seja contra intervenções militares, armamento de rebeldes, essas outras ideias".

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