Viena O presidente da Bolívia, Evo Morales, gerou mais um atrito nas relações com o Brasil e comprou uma séria disputa com o Itamaraty. Em entrevista à imprensa internacional, Morales "lamentou" que o território do estado do Acre, que pertenceu à Bolívia e ao Peru até 1903, foi "trocado por um cavalo" pelo Brasil.
Apresentada espontaneamente, como um exemplo de espoliação do país vizinho, sua queixa reverberou em risos e pedidos de explicação. Morales, entretanto, mostrou que sabe contar bem uma meia história e defender sua versão.
Região ocupada por seringueiros brasileiros no final do século 19, o Acre acabou adquirido pelo Brasil em 1903 por 2 milhões de libras esterlinas pagos aos governos boliviano e peruano, e mediante o pagamento de uma indenização de 110 mil libras esterlinas ao arrendatário da área, The Bolivian Syndicate.
Mesmo naquela época, não havia cavalo cotado a tal fortuna. A negociação foi conduzida pelo mais reverenciado diplomata brasileiro, o Barão do Rio Branco, na época ministro das Relações Exteriores, e selada no Tratado de Petrópolis.



