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Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não descarta a possibilidade de o Brasil participar da força internacional de paz no Líbano. O chanceler afirmou que a decisão do governo brasileiro será tomada depois de definido o caráter dessa força militar.

Ao Brasil não interessaria compor uma tropa com poder de fogo contra ambos os lados, sob o pretexto da imposição da paz, e tampouco sem a aceitação plena de Israel e do Líbano. Nos próximos dias, o Itamaraty enviará ao Oriente Médio o embaixador Affonso Celso Ouro Preto, cuja função é exatamente a de tratar das relações entre o Brasil e os países da região e de acompanhar situações críticas.

De acordo com Amorim, é evidente que o Brasil tem interesse concreto, e "não teórico", no Oriente Médio. Esse interesse está embasado no fato de que milhares de famílias brasileiras vivem na região e no de que há negócios crescentes de empresas brasileiros no Oriente Médio.

"O mais urgente não é saber se haverá ou não uma força de paz, mas saber que paz ela vai manter. Para isso, é preciso o cessar-fogo imediato", afirmou. "A participação do Brasil depende de saber se será uma força da Organização das Nações Unidas, se estará amparada no capítulo da Carta da ONU que trata de ações militares e de sanções e se terá consentimento pleno das duas partes. Temos de ver também se podemos ser úteis", completou o chanceler.

Condenação

Na entrevista, Amorim deixou clara também a condenação do Brasil à decisão de Israel de revidar, ontem, o ataque do Hezbollah a um tanque israelense com o bombardeio à vila de Taibe, no Sul do Líbano. Essa ofensiva israelense rompeu a trégua 48 horas que havia sido decretada por Tel Aviv, depois do ataque aéreo que matou 60 pessoas, entre as quais dezenas de crianças em Qana, no sul do Líbano.

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