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Foz do Iguaçu – A guerra no Líbano deve estimular uma nova onda de imigração libanesa para Foz do Iguaçu. Segundo líderes da comunidade árabe da cidade, o movimento deve partir especialmente de pessoas que já têm parentes no Brasil. A maior leva de imigrantes libaneses chegou a Foz na década de 80, pouco antes do boom do comércio de importados de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu.

O presidente do Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz do Iguaçu, Zaki Moussa, diz que existe previsão de aumentar os pedidos de vistos ao Consulado Brasileiro depois dos conflitos. A vinda de novos imigrantes está sendo cogitada, mesmo com a queda de movimentação do comércio de Ciudad del Este, Paraguai, local de trabalho da maioria dos árabes que vive em Foz.

Segundo ele, alguns libaneses que pensavam em voltar ao Líbano devido à crise no comércio paraguaio estão mudando de idéia. Agora eles buscam alternativas de trabalho em outras capitais. Moussa diz que há casos de imigrantes que trabalham em São Paulo e mantêm casa em Foz do Iguaçu para viver com a família, tamanha é a simpatia que têm com a cidade. "Apesar de toda a violência, nos sentimos seguros em Foz do Iguaçu", diz Moussa.

O comerciante Moussa Abdo, 34 anos, pretende trazer para a tríplice fronteira o pai, um tio e dois irmãos que estão no Líbano. Ele diz que vai tentar tirar o visto para os quatro, que há dez dias estão escondidos em um abrigo na cidade de Kabrica, a cerca de 110 quilômetros de Beirute, após o fim dos conflitos. "Não será fácil conseguir visto, tem que mandar carta, mas vamos tentar". Ele considera a região mais segura para os parentes morarem.

Abdo, que perdeu a mãe em 1994 durante a guerra, trabalha há 14 anos no Paraguai. Ele diz que a situação na região não está fácil em razão da queda de movimento no comércio do Paraguai. O comerciante sentiu queda de 80% nas vendas, desde o início do ano, após o arrocho da Receita Federal (RF) no lado brasileiro. No entanto, pretende trazer os parentes para perto.

Foz do Iguaçu, considerada a segunda maior colônia árabe do Brasil depois da de São Paulo, reúne 12 mil imigrantes e descentes. A maioria, cerca de 90%, é de origem libanesa e segue o islamismo. Entre os mulçumanos, 45% são sunitas, 45% xiitas e 10% drusos. Há também pequena parcela de árabes cristãos na cidade. Foz ainda conta com duas mesquitas, uma sunita e outra xiita, e quatro escolas árabe-brasileira.

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