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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deixou claro que não concorda que o Reino Unido instale um oficial na saída dos vôos, ainda no Brasil, para fazer o controle prévio de quem vai para o país. Em nota divulgada ontem, a embaixada britânica afirmou que estuda a hipótese.

"A proposta não é aceitável como foi feita. O que pode haver é a cooperação, a exemplo do que foi feito com a Espanha, quando policiais espanhóis ganharam treinamento no Brasil e vice-versa", disse o ministro.

Na nota, a embaixada britânica confirmou que as autoridades do país têm "considerado a possibilidade" de introduzir regimes de visto para 11 países: Brasil, Bolívia, Botsuana, Lesoto, Malásia, Ilhas Maurício, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Trinidad e Tobago e Venezuela.

"A introdução do regime de vistos significaria que os visitantes provenientes destes países precisariam solicitar um visto de seis meses antes de viajar para o Reino Unido", diz o comunicado.

Os ingleses pedem ainda que os brasileiros aceitem "mecanismos de mitigação". Um deles seria a presença de um oficial de ligação britânico no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Esse policial seria responsável por dar treinamento às companhias aéreas, ensinando a identificar turistas com documentos falsos.

De acordo com a embaixada, cerca de 30 país já participam do esquema e receberam um oficial inglês. "Tais oficiais estão presentes, atualmente, em cerca de 30 países. Eles desempenham um papel de consultoria, oferecendo treinamento (na área de detecção de fraudes, por exemplo) para as companhias aéreas e as autoridades nacionais de imigração. Eles não têm nenhum tipo de autoridade executiva", afirma a nota.

Em Assunção, onde esteve para a posse do novo presidente paraguaio, Fernando Lugo, o presidente Lula considerou um retrocesso o governo britânico querer estabelecer uma política de visto para brasileiros. "Estabelecer uma política de visto é um retrocesso nas relações entre os dois países e não é possível permitir policiais ingleses nos aeroportos brasileiros. Essa não é uma boa política", disse o presidente.

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