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O ministro Celso Amorim em encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que antecipa a visita do presidente Lula ao país | Morteza Nikoubazl / Reuters
O ministro Celso Amorim em encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que antecipa a visita do presidente Lula ao país| Foto: Morteza Nikoubazl / Reuters

O Brasil quer ver a retomada de um acordo de troca de combustível nuclear como forma de pôr fim ao impasse com o Irã sobre seu programa nuclear, disse o ministro de Relações Exteriores Celso Amorim nesta terça-feira.Em visita a Teerã, Amorim disse que o Brasil queria ajudar a resolver a disputa que levou o Ocidente a buscar sanções da ONU contra o Irã, país que os Estados Unidos e seus aliados temem tentará construir uma bomba atômica.

O Brasil, membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, vem resistindo à pressão dos EUA para apoiar novas sanções que Washington pretende aprovar nas próximas semanas, e Amorim fez um apelo para que todos os lados demonstrem "flexibilidade" para chegar a um acordo.

"Não existe consenso político de que o Irã deve ser isolado ou que o Brasil vá nessa direção", disse Amorim em coletiva de imprensa ao lado de seu colega iraniano.

Amorim disse que espera que um acordo de troca de combustível, acordado em princípio no outubro passado, fosse retomado.

O acordo inicial determinava que Teerã enviaria 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento --o suficiente para uma única bomba se purificado para um nível suficientemente alto-- para que a Rússia e a França o transformassem em combustível para um reator de pesquisa médica.

O Irã disse depois que aceitaria apenas uma troca simultânea em território iraniano, uma mudança que outros partidários do acordo disseram não aceitar porque seria um empecilho à construção de confiança.

"O Irã deve ter atividades nucleares para propósitos pacíficos e a comunidade internacional também deve receber garantias de que não haverá violação ou desvio para finalidades militares", disse Amorim a jornalistas.

Uma solução negociada deve significar que qualquer "ambiguidade" sobre o programa nuclear já terminou, disse ele.

"A razão pela qual damos alta importância a esse acordo de troca de combustível nuclear... é porque o acordo em si é um acordo importante e segundo, cria a confiança com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e alguns países ocidentais", disse Amorim.

"Temos esperança de que esse acordo deve ser feito, mas, como qualquer outra negociação, deve haver flexibilidade de ambos os lados."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alertou contra "encurralar o Irã", deve visitar Teerã em maio, refletindo o fortalecimento de laços diplomáticos e econômicos entre os países.

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