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Brasileiros atuaram em estudos de calorimetria, filtragem de dados e computação para o desenvolvimento do superacelerador de partículas | Fabrice Coffrini / Reuters
Brasileiros atuaram em estudos de calorimetria, filtragem de dados e computação para o desenvolvimento do superacelerador de partículas| Foto: Fabrice Coffrini / Reuters

Alguns dos sistemas do superacelerador de partículas acionado na quarta-feira (10) para simular o momento da criação do Universo foram desenvolvidos com a colaboração de cientistas brasileiros, mostra reportagem de Antonio Marinho, publicada no jornal "O Globo". Pesquisadores da Coppe/UFRJ, por exemplo, atuaram em estudos de calorimetria, filtragem de dados e computação, além de terem ajudado a construir circuitos para registrar o choque entre prótons que vai tentar reproduzir o Big Bang num anel de 27 quilômetros de circunferência, a cem metros de profundidade, na fronteira da França com a Suiça.

- Quando começamos no projeto, há 20 anos, não havia tecnologias de detecção e de eletrônica para experimentos que começam agora - diz o professor José Manoel Seixas, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe e um dos coordenadores do grupo de brasileiros que atua na Organização Européia de Pesquisa Nuclear (Cern), responsável pelo projeto do acelerador Large Hadron Collider (LHC, na sigla em inglês).

Seixas diz que a integração de cientistas de todo o mundo proporcionou o desenvolvimento de tecnologias em diversos setores, além do projeto, como diagnóstico médico, sistema financeiro e gerência de informações. Cerca de dez mil cientistas de 180 instituições de pesquisa em 50 países participam da experiência, que busca encontrar a origem das massas das partículas e decifrar a origem do Universo.

- A troca de conhecimento e a cooperação científica no desenvolvimento do LHC estimulou a pesquisa de novas técnicas de detecção, processamento de sinais e análises de dados - diz Seixas. Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também participam do ambicioso projeto e comemoraram a conclusão bem-sucedida do primeiro teste. Críticos que tentaram impedir o acionamento do LHC temiam a formação de um buraco negro - uma força gravitacional tão forte que engoliria o universo. Mas cientistas provaram que esse é um processo natural que não ameaça.

"Esses processos que a gente vai criar aqui em laboratório de forma controlada ocorrem o tempo todo, em escalas de energia muito maiores do que a gente consegue realizar aqui no laboratório e com uma freqüência muito maior também na natureza. Certamente o universo está aí há bilhões de anos e não foi destruído até hoje", explicou à TV Globo o físico André Sznajder, da Uerj e da Cern.

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