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O catarinense Joel Lemos, 38 anos, foi condenado na noite de quinta-feira (23), pela Justiça dos Estados Unidos, por um atentado a bomba contra outro brasileiro no país. A pena, que pode ultrapassar os 20 anos, será anunciada na próxima quarta-feira (30).

Em 2005, Lemos, que é de Criciúma e está nos EUA ilegalmente há 17 anos, foi preso acusado de tre provocado a explosão do carro do mineiro Fernando Araújo, que escapou com vida, mas ficou com seqüelas em um dos olhos.

Funcionário da Corte Suprema de Woburn, Massachusetts, informou ao G1 por telefone, que Lemos tinha oito acusações contra ele, incluindo tentativa de assassinato, agressão e explosão.

A irmã de Joel, Dinagel Lemos Lima, contou ao G1 que considera o julgamento injusto e que o brasileiro "não está nada bem física e psicologicamente". A família de Joel, que tenta extraditá-lo ao Brasil, culpa a ex-namorada norte-americana de Lemos pelo ocorrido.

História nos EUA

Segundo relato da mãe de Lemos, Deomir Cardoso Lemos, ao G1 em abril, seu filho conheceu a namorada na pizzaria que ele mantinha na cidade de Somerville, onde ela era garçonete. Em cartas, o brasileiro dizia estava com problemas com o governo americano por causa de sonegação de impostos.

A namorada, então, teria aconselhado o brasileiro a viajar para a Europa. Nesse meio tempo, a norte-americana teria prometido vender os bens do brasileiro e encontrá-lo no continente europeu.

Após um ano, segundo Deomir, ela terminou o relacionamento e disse que já "vivia com outro". Decepcionado, o catarinense teria tentado suicídio na Espanha. De volta aos EUA, Joel descobriu que o novo parceiro da ex-namorada era o também brasileiro Fernando Araújo, outro funcionário seu na pizzaria. Esse seria o motivo do atentado a bomba.

A situação de Lemos se complicou quando a polícia encontrou entre as coisas dele um alcorão (que a família diz ser um presente de um amigo) e um desenho de bomba em uma folha de caderno.

Julgamento

A irmã Dinagel nega que o irmão soubesse armar uma bomba. "No julgamento, disseram que ele aprendeu a manejar explosivos quando esteve no Exército brasileiro. Mas, durante seu tempo no Exército, ele trabalhou apenas no hospital militar, como motorista", defendeu. Dinagel, que vive nos EUA legalmente há 19 anos, também reclamou por não ter podido testemunhar a favor do irmão.

Ele também teria sofrido um acidente em uma escada da prisão que ocupa há três anos, o que lhe causou dificuldades de locomoção. Por isso, ele estaria usando muletas.

Dinagel recebeu, por meio do advogado, uma carta em que Lemos pede ajuda ao presidente Lula para que seja extraditado ao Brasil. A família ainda não sabe como procederá. "Tentaremos o possível e o impossível, porque tenho medo que meu irmão morra ali [na prisão nos EUA]", comentou.

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