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Curitiba – O brasileiro Ed Choate, 56 anos, resolveu se candidatar ao Senado; não para trabalhar em Brasília, mas em Washington. Filho de pai norte-americano, Choate tem dupla cidadania, vive há 17 anos no estado do Tennessee, e concorre a uma vaga na eleição parlamentar dos EUA, marcada para novembro. Mesmo mergulhado na política norte-americana, Choate está sempre de olho no que acontece no Brasil e acha que sua terra natal tem muito a mostrar aos norte-americanos. Como exemplo, ele cita o uso do biodiesel. "O Brasil quase não importa petróleo. Por que os EUA não podem fazer o mesmo?," pergunta o empresário viúvo, que é pai de quatro filhos e decidiu deixar o Brasil por "medo da inflação". Confira a entrevista que Choate concedeu à reportagem da Gazeta do Povo por telefone.

Gazeta do Povo – Por que concorrer ao Senado dos EUA?

Ed Choate – É a primeira vez que estou concorrendo, por vários motivos. Sou republicano, mas os partidos tradicionais erram tanto em não dialogar, que resolvi me candidatar como independente. Assim, mesmo que eu perca, posso dizer tudo o que eu penso. Posso conquistar o voto dos que estão decepcionados com republicanos e democratas.

Qual são suas chances de se eleger?

Estou tentando formar o Partido Americano Conservador Cristão e acredito que tenho chance. Se conseguir ao menos 23 votos de cada igreja do Tennessee estarei eleito. No total, preciso de 800 mil votos.

Quem financia a campanha?

Quem se identifica com a minha causa pode fazer doações de até US$ 200. Pessoas jurídicas podem doar valores maiores.

Sua proposta para imigração foi elogiada pela imprensa local. Qual é a idéia?

O problema com os imigrantes nos EUA ocorre por culpa do governo norte-americano. O governo dos EUA abria as portas, prendia as pessoas na fronteira, multava e pedia que o imigrante retornasse em um mês para definir se ficaria ou não no país. Obviamente, ninguém voltava à fronteira para dar satisfação. O governo sabia disso, mas o país precisava de mão-de-obra barata. Os empresários e governo são culpados pela atual situação. Agora queremos prender e mandar todo mundo embora? Isso está errado. Minha proposta é a seguinte: primeiro se fecha toda a fronteira norte-americana com 15 mil militares por três meses. Depois passa-se a exigir a carteira de identidade emitida pelo governo dos EUA a todos os ilegais. São necessários três meses para conseguir essa carteira. Daríamos dois anos para o imigrante regularizar a sua situação. Neste meio tempo, a pessoa seria obrigada a aprender a ler e a escrever em inglês. Caso contrário, seria mandada embora. Todos seriam obrigados a tirar foto, impressões digitais e a fazer coleta para identificação do DNA. Outro ponto é a consulta a base de dados criminais. Caso o imigrante tenha cometido qualquer crime, seria mandado embora. Também sugiro que os filhos de imigrantes ilegais nascidos nos EUA não terão mais direito à cidadania. Isso forçaria os imigrantes a buscarem o green card para que o filho obtenha cidadania.

O senhor também afirma que os norte-americanos deveriam adotar algumas idéias brasileiras. Quais?

O Brasil tem muito a oferecer aos EUA. Se o biodiesel fosse adotado nos EUA, por exemplo, resultaria em menor dependência do petróleo. Adoraria que os empresários brasileiros desse setor entrassem em contato comigo para trocarmos idéias. Admiro os brasileiros pela sua criatividade em produzir inventos com poucos recursos.

Qual é a sua opinião sobre o governo Bush?

Vejo que estão falando demais e não fazem o suficiente. O sistema de saúde é péssimo e caro. Precisa de uma reforma urgente.

Serviço: Quem quiser entrar em contato com o empresário pode acessar seu site (www.edchoateforsenate.com) ou mandar enviar mensagem por e-mail(edchoate@edchoateforsenate.com)

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