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Destruição causada pelo furacão Irma na ilha de Anegada | Arquivo Pessoal
Destruição causada pelo furacão Irma na ilha de Anegada| Foto: Arquivo Pessoal

Na manhã desta quarta-feira (13) o alívio finalmente veio para o mestre de obras Emerson dos Anjos, 36, e outros cinco brasileiros que moravam na Ilha Anegada — um dos locais por onde passou o furacão Irma na semana passada. Os seis brasileiros, quatro deles irmãos, estavam em Anegada a trabalho havia cinco meses. Em entrevista à Gazeta do Povo, depois de chegar ao Brasil, dos Anjos contou, entretanto, que para retornar a solo brasileiro os seis enfrentaram muita dificuldade. 

Segundo o construtor, antes da passagem do furacão Irma, o governo da Ilha de Tortola — uma das maiores das Ilhas Virgens Britânicas — enviou uma embarcação para que metade da população de Anegada pudesse ficar abrigada nas dependências de uma igreja local. 

Ao chegar lá, por volta de 12h de terça-feira passada (5), os brasileiros souberam no entanto, que além da estrutura da instituição religiosa e Wi-Fi liberado, eles não receberiam nenhuma outra ajuda. “Na igreja não tinha comida, nós tivemos que comprar alimento para nos abastecer por ao menos cinco dias e fazê-lo em uma cozinha no local”, relata. Além disso, ao perceber a calamidade da situação, Emerson conta que alguns abrigados começaram a sair para saquear suprimentos e até bancos locais “era um cenário de guerra, nada mais do que isso”. 

Ainda assim, a situação quase ficou mais complicada para os seis brasileiros. O resgate anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores em Saint Martin não os alcançaria. 

De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, a Ilha de Tortola não apresentava condições de pouso, pois o avião da FAB – o Embraer 190 – é grande e demanda uma pista específica para aterrissagem. Além disso, não haveria a possibilidade para eles se deslocarem até outros lugares através de uma embarcação, pois o trajeto seria longo e caro. Foi então que Emerson e os colegas tiveram que partir através de um voo fretado - decisão que custou muito caro.

Após sete dias abrigados na igreja, os brasileiros embarcaram no avião e fizeram conexão em Porto Rico, onde chegaram na segunda-feira (11) e relataram terem sido tratados como infratores. Segundo Emerson, ele e os colegas foram proibidos de usar qualquer aparelho celular. Em seguida ficaram presos no aeroporto até ganharem permissão para continuar o trajeto. 

Finalmente, às 17h30 desta terça-feira (12), os seis foram liberados. Eles conseguiram retornar ao Brasil e encontrar seus familiares nesta manhã. Para Emerson, o objetivo agora é continuar morando em território brasileiro “vou ficar por aqui, não quero mais retornar para Anegada”. 

Resgate

Na madrugada desta quarta-feira (13), 14 pessoas que estavam na Ilha de Saint Martin, no Caribe, chegaram ao Brasil resgatadas por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave trouxe a bordo sete brasileiros, quatro holandeses, dois venezuelanos e um americano.

A região da Flórida e do Caribe ficou destruída após a passagem do furacão Irma. Cerca de treze milhões de pessoas ficaram sem eletricidade e água potável por causa das chuvas. O Irma, que chegou a ser classificado como furacão de categoria 5 - a mais alta - foi rebaixado nesta segunda-feira (11) para tempestade tropical. Ao menos 41 pessoas morreram em decorrencia da passagem do fenômeno. Autoridades preveem que os danos provocados pelo Irma devem superar US$ 100 bilhões.

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