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Elton John participou do Viajazz Music Festival, em Madri, no início de julho | Sergio Perez-Reuters/Gazeta do Povo
Elton John participou do Viajazz Music Festival, em Madri, no início de julho| Foto: Sergio Perez-Reuters/Gazeta do Povo

O brasileiro Raymundo Santos voltava do trabalho quando a ponte por onde passa todos os dias desabou sobre o rio Mississippi, no estado americano de Minnesota. O baiano de 31 anos, que ainda tenta entender o que aconteceu, diz que escutou uma explosão e, em seguida, viu parte da pista se levantar. Com a ponte transformada em ladeira, cerca de 20 carros despencaram sobre o dele. Ex-fuzileiro naval, ele conseguiu escapar e trabalhou junto com as equipes de resgate para socorrer as vítimas. Pelo menos quatro pessoas morreram (incialmente, autoridades chegaram a informar sete mortes) e mais de 60 ficaram feridas. A ponte foi declarada "estruturalmente deficiente" há dois anos.

- Eu estava na boca da ponte. Ouvi um estrondo forte, e logo depois os carros começaram a voltar para trás. Não sofri nada, mas fiquei muito preocupado porque um ônibus com crianças e um caminhão de combustível tinham acabado de passar por mim. Depois, soube que o barulho que ouvi foi a explosão do caminhão - contou.

O ônibus escolar, segundo Santos, ficou pendurado, com a parte dianteira fora da ponte. Depois de explicar que era treinado para salvamento e resgate, com a autorização dos policiais e paramédicos desviados para o local, o brasileiro ajudou a tirar as crianças, pela porta traseira. A operação só terminou às 22h (horário local), mais de quatro horas depois do acidente. (Veja imagens da tragédia)

"Parecia cena de filme"

- Parecia cena de filme do Bruce Willis. Não dava para acreditar. Tinha muita gente pelo chão. Foi a mesma sensação do 11 de setembro.

Santos pretendia voltar ao lugar do acidente, na noite desta quinta-feira, para ajudar nas buscas de sobreviventes. Equipes de resgate ainda buscam corpos no rio.

Cinqüenta dos cem veículos que estavam na ponte no momento do acidente caíram no rio, em um ponto próximo à cidade de Minneapolis. A ponte, que passava por reparos, servia como travessia de uma auto-estrada de quatro faixas (a rodovia interestadual 35W). Quinta-feira, o presidente americano, George W. Bush, informou que vai visitar o local da tragédia neste sábado.

"Foram tantas doações de sangue que os bancos ficaram congestionados"

Ainda não há informação sobre as causas da tragédia, mas o Departamento de Segurança Interna dos EUA informou que não há indicações de terrorismo. O governador de Minnesota, Tim Pawlenty, disse que a ponte fora inspecionada em 2005 e em 2006, e que nenhum problema estrutural fora encontrado pelos responsáveis.

De acordo com o site do distrito de Riverfront, de Minneapolis, o arco de aço da ponte foi inaugurado em 1967. Não foram erguidas pilastras ao longo do rio, para não prejudicar o tráfego fluvial.

Esta foi a segunda vez em 25 anos que uma ponte de grande dimensão desabou nos EUA. Apesar de dizer que há mais vítimas do que informam as autoridades, o brasileiro elogiou a atuação das equipes de socorro. Segundo ele, em três minutos a polícia fechou os acessos à rodovia, e paramédicos começaram o atendimento às vítimas.

O comportamento dos moradores da região também impressionou o brasileiro, que há três anos mora em Minneapolis, descrita por ele como uma cidade pacata, de gente inocente, onde muitos supermercados sequer têm funcionários para cobrar os clientes.

- Sempre falam mal dos EUA, mas as pessoas aqui foram muito legais. Foram tantas doações de sangue que os bancos ficaram congestionados e estão pedindo para as pessoas ficarem em casa - disse ele, que trabalha numa montadora e vive nos EUA há cinco anos. - A cidade toda está muito triste. Apenas metade das pessoas está trabalhando.

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