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Claire, a cheeleader de "Heroes" | Reprodução
Claire, a cheeleader de "Heroes"| Foto: Reprodução

O esporte quebra barreiras, une povos e propaga a paz. Quantas vezes você já leu ou ouviu isto? Então, prepare-se, porque nesta quarta-feira (25) a frase ganhou um reforço. Um brasileiro conseguiu fazer com que jogadores esquecessem a rivalidade étnica para fazer o Iraque chegar a um posto que nunca alcançou antes: a seleção de futebol se classificou para a decisão da Copa da Ásia ao vencer a Coréia do Sul por 4 a 3 nos pênaltis, após um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação. Até então, o melhor resultado do time iraquiano fora um quarto lugar em 1976.

Num dos países mais violentos do mundo, foi a surpreendente união entre povos que levou o time à final do campeonato. "Aqui, eles brincam, se beijam, se abraçam, dão as mãos e até tocam música árabe juntos. O ambiente é o melhor possível", contou Jorvan Vieira ao G1, por telefone, direto de Kuala Lumpur, na Malásia. "A tônica de nossas conversas e preleções é justamente esta: dar o exemplo de que é possível a convivência pacífica", completou ele.

Os conflitos no Iraque, principalmente entre xiitas e sunitas, existem desde quando Saddam Hussein liderava o país sob uma ditadura linha-dura. Após a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, a minoria sunita perdeu o poder para os xiitas. A mudança levou a um aumento da tensão entre os dois grupos, que chegou à atual guerra civil. "A situação no país é trágica. Eles têm várias linhas da religião. É um fato memorável poder reunir todas estas três tribos, no bom sentido", diz o brasileiro Jorvan Vieira.

O feito inédito para a história do futebol iraquiano fez até o brasileiro virar embaixador honorário do Iraque. "O secretário do primeiro-ministro (Nuri al-Maliki) veio até aqui nos parabenizar. E disse que eu, a partir de agora, serei sempre o embaixador do país. Recebi a informação com muita honra e alegria. O futebol nos leva para este tipo de situação", disse ele, que contou que se o time for campeão (enfrentará Japão ou Arábia Saudita na decisão no próximo domingo, dia 29) os atletas ganharão uma viagem de avião para Bagdá.

"Espero poder entrar neste Airbus 300. Botamos os capacetezinhos, coletes à prova de bala e vamos para lá. Quando aceitei a proposta de dois meses para comandar o Iraque, uma das razões era poder dar um sorriso para este povo tão sofrido", completou o técnico brasileiro. E ele conseguiu.

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