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Apesar da recente intensificação na fiscalização de documentos de estrangeiros na Europa, muitos brasileiros estranham quando questionados sobre discriminação.

"Percebo que o governo italiano é muito hospitaleiro. Quando tem blitz, dispensam os brasileiros e prendem os marroquinos", conta o pastor Fernando Pasi, que mora em Milão.

"Nunca sofri nenhum preconceito, pelo contrário", diz o comerciante brasileiro Flávio Ferreira, comerciante, que mora em Reus, na Espanha.

Se ele tem uma reclamação, é a de não poder abrir sua loja de acessórios femininos aos domingos. Mas isso é compensada pelo auxílio que ele já recebeu do governo ao seu negócio: entre 7 mil e 10 mil euros.

Para a advogada Sílvia Helenice Wagner de Souza, que mora na Alemanha, o problema do país de Angela Merkel é que a proteção social (estendida a imigrantes, como em toda a Europa) é tão perfeita que chega a ser imperfeita. "Ela agracia pessoas que burlam o sistema, e dessa forma esvaziam os cofres públicos", diz. Ela critica também a proibição a asilados políticos de trabalhar e a falta de controle da entrada de estrangeiros. Muitos, como uma conhecida dela, vivem ilegalmente no país como turistas. Como o visto desse tipo dura três meses, com frequência a amiga vai à Suíça ou Reino Unido, que não integram a União Europeia, e renova o carimbo no passaporte. "Concluo que a não-adesão ao bloco por alguns países torna a entrada e permanência na UE passível de fraudes." Xenofobia, onde?

Fotos de protestos de trabalhadores ingleses usando o slogan de campanha do primeiro-ministro Gordon Brown ("Empregos britânicos para trabalhadores britânicos") correram o mundo no mês passado, sustentando a tese de que a população europeia não suporta mais a presença de imigrantes. Para o jornalista português Alcino Francisco, as manifestações são pontuais e não representam a opinião do governo. O prefeito de Londres, Boris Johnson, prometeu regularizar cerca de 1 milhão de ilegais. "Ele considera mais barato integrá-los do que fiscalizar documentos falsos." Além, é claro, do fato de que eles se tornariam contribuintes. (HC)

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