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Henrique Teles, em Brisbane: bens foram salvos graças ao segundo andar | Arquivo pessoal
Henrique Teles, em Brisbane: bens foram salvos graças ao segundo andar| Foto: Arquivo pessoal

As inundações que afetam três estados australianos e fizeram 33 mortos atingem também brasileiros. Fora os que estão lá para trabalhar, há 150 mil estudantes do Brasil na Austrália, de acordo com a embaixada do país em Brasília.

É o caso do gaúcho Henrique Costa Teles, de 29 anos. Graduado em Ciências da Computação e pós-graduado em Engenharia de Software e Segurança, ele chegou dia 6 de janeiro a Brisbane, capital do estado de Queensland, um dos mais afetados pelas enchentes, para estudar inglês. "Eu fi­­quei num subúrbio da cidade, chamado Rosalie. Ao saber que a área estava em risco, eu e os de­­mais moradores da casa nos abrigamos no segundo andar da residência, levando conosco alguns bens", conta.

Na madrugada seguinte, co­­meçou a entrar água no primeiro andar da residência. Vendo que não poderiam permanecer ali por muito tempo, os amigos re­­solveram procurar um lugar mais seguro e conseguiram abrigo em outra casa. "Lá, conseguimos uma canoa e voltamos para resgatar os bens mais importantes, de maior valor. No final daquele dia, a água já tinha alcançado 80% do primeiro andar, mas graças a Deus não atingiu o piso superior, o que evitou prejuízos maiores", relembra.

Ele contou à Gazeta do Povo que as condições já estão bem melhores do que há dez dias. "Ain­­da podemos ver as marcas da inundação em alguns lugares."

Teles tem acompanhado pela televisão os esforços das equipes de resgate e dos muitos voluntários que se dispuzeram a ajudar. "É surpreendente ver como os australianos ajudam o próximo. Várias pessoas vieram, até de ci­­dades vizinhas, para auxiliar quem nunca tinham visto antes. Pela televisão, é possível ver filas enormes, com muita gente tentando se inscrever para trabalhar como voluntário na recuperação do país. Achei isso incrível", relata o brasileiro.

Ainda em Brisbane, um casal residente de brasileiros – que pediu para não ser identificado – enfrentou a situação ao lado dos dois filhos. A casa onde mo­­ram fica a 20 metros da margem de um rio. As autoridades vi­­nham monitorando o nível das águas e alertaram para a previsão de maré alta, pedindo que todos na região deixassem suas casas e movessem seus carros, pois havia o perigo de ficarem ilhados. "Cus­­tei a acreditar que a água chegaria até nós", revela a mulher. "No meio da manhã, logo após o aviso, fechamos tudo e fomos para a casa de amigos."

Quando voltaram, constataram que a perda tinha sido muito grande. "Teremos que nos mu­­dar, pois a casa levará três meses para ser reconstruída", diz ela. Em alguns bairros da cidade, a água chegou a 4,5 metros de altura.

Outras 70 localidades do país permanecem isoladas, principalmente no estado sudeste de Vi­­tória.

Escape

A experiência com o verão australiano foi diferente para o paranaense Mauricio Fuentes, de 40 anos. Ele é arquiteto e reside há dois anos no país, na cidade de Perth, localizada no extremo oeste, que não foi afetado pelas chuvas.

"Ao contrário de outras re­­giões, estamos enfrentando uma seca bem incomum por aqui", comenta Mauricio, impressionado com a diferença das condições climáticas dentro do país.

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