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Durante o julgamento pelos atentados de 22 de julho na Noruega, nos quais 77 pessoas morreram, o ultradireitista Anders Behring Breivik acusou os dois especialistas que fizeram seu primeiro estudo psiquiátrico de manipular o relatório para que ele fosse considerado um doente mental.

"Tive a impressão que chegaram a uma conclusão rápido demais. E quando lemos o relatório inteiro, vemos que eles trabalharam para fundamentar essa conclusão", afirmou o extremista norueguês de 33 anos, que tomou como base para sua explicação a carta enviada há semanas a três veículos da imprensa norueguesa e que foi divulgada parcialmente.

Para Breivik, 80% do que os psiquiatras Synne Sorheim e Torgeir Husby escrevem no relatório é falso, além disso, ele classificou como maldosa a forma de atuação dos especialistas, apesar de ter uma boa relação com eles e pensar que são profissionais.

Para reforçar sua acusação, Breivik justificou que os psiquiatras usaram declarações fora de contexto, manipularam suas ideias e o citaram de forma equivocada para fazê-lo parecer pouco inteligente, por isso ele lamentou que as entrevistas mantidas com os especialistas não tenham sido gravadas ou filmadas.

Breivik também negou ter dito que tem o direito de afirmar quem merece viver e morrer na Noruega, porque ele é apenas um "soldado raso", mas admitiu que os militantes nacionalistas como ele tem o direito de atacar "objetivos legítimos", como a elite que "trabalha pelo multiculturalismo" e que representa 2% da população.

"Tentei ser tão aberto quanto foi possível. Contava que fossem fazer um trabalho objetivo e que não estivessem tão emocionalmente unidos o ocorrido (os atentados)", explicou, segundo a transcrição de seu relato pela imprensa norueguesa, já que por ordem do tribunal seu comparecimento não foi retransmitido.

Breivik se mostrou compreensivo que as pessoas possam considerá-lo louco após ler o estudo, mas ressaltou que a pessoa que aparece analisada não é ele.

"Se eu tivesse lido o relatório, também teria achado que essa pessoa deveria estar em um psiquiatra, mas não sou eu. Não sou eu quem descrevem no relatório", disse Breivik, que nesta segunda-feira poderá explicar sua opinião sobre o estudo mental, embora sua declaração no tribunal tenha terminado há uma semana.

O extremista norueguês já tinha feito referências a seu estado mental durante seu depoimento, ressaltando que não é um caso psiquiátrico, e por isso deve de ser declarado penalmente responsável pelos atentados.

Esse é o diagnóstico do segundo relatório psiquiátrico feito por outra equipe de especialistas, e que está pendente de aprovação pela Comissão de Medicina Legista.

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