Sede do Crédit Suisse em Zurique.
Sede do Crédit Suisse em Zurique.| Foto: Thomas Wolf/CreativeCommons

As ações do Credit Suisse operam em forte queda nesta quarta-feira (15), acentuando as preocupações de investidores em relação à saúde financeira do setor bancário, após o colapso do banco norte-americano SVB e de outras instituições menores.

Os papéis do banco suíço chegaram a perder mais de 30% de seu valor, atingindo os menores patamares da história e provocando quedas em bolsas de valores mundo afora – no Brasil, o principal índice da B3 chegou a cair quase 2% e o dólar subia, vendido acima de R$ 5,30.

Em entrevista à Bloomberg Television, o economista Nouriel Roubini disse que uma eventual quebra do Credit Suisse equivaleria a um "momento Lehman Brothers", referindo-se ao colapso do banco norte-americano que desencadeou a crise financeira global de 2008-09.

Apelidado de "Doutor Catástrofe", Roubini é um dos economistas que previu aquela recessão. Na avaliação dele, o Credit Suisse pode ser "grande demais para falir", mas também "grande demais para ser salvo".

Na quarta (14), o banco informou ter detectado "fraquezas materiais" em seu controle interno sobre relatórios financeiros, que não seria eficaz, o que segundo a instituição se aplica tanto à posição no fim de 2022 quanto no fim de 2021.

O presidente do conselho de administração do Credit Suisse, Axel Lehmann, declarou em conferência na Arábia Saudita que o capital e o balanço do banco são "fortes" e que "estamos todos prontos para resolver os problemas". Segundo ele, a possibilidade de qualquer assistência do governo ao banco "não é um típico".

Enquanto isso, o maior acionista individual do Credit Suisse, o Saudi National Bank, declarou que não pode aumentar sua participação na instituição por questões regulatórias. O banco saudita comprou quase 10% do banco suíço no ano passado, e informou que não pode ampliar sua fatia para além disso.