A professora universitária Kylie Moore-Gilbert, detida no Irã desde 2018 (Foto: Reprodução/Australia Department of Foreign Affairs and Trade)
A professora universitária Kylie Moore-Gilbert, detida no Irã desde 2018 (Foto: Reprodução/Australia Department of Foreign Affairs and Trade)| Foto:

Detida no Irã desde 2018, a acadêmica britânico-australiana Kylie Moore-Gilbert, professora de Estudos Islâmicos na Universidade de Melbourne, foi transferida recentemente a uma notória prisão feminina nos arredores de Teerã, informaram as autoridades australianas na terça-feira (28). Kylie foi presa pela Guarda Revolucionária do Irã depois de participar de um congresso na capital persa e condenada, em um julgamento secreto, a 10 anos de prisão por espionagem. Ela nega a acusação.

A prisão feminina de Qarchak, instalada em uma antiga fábrica de frangos, fica localizada a 35 quilômetros de Teerã. O local é conhecido pelos maus tratos cometidos contra presas políticas e é considerado uma das piores penitenciárias femininas do mundo pelas organizações de direitos humanos, por conta das péssimas condições de estrutura e higiene. Também há indicativos de que presas foram infectadas com o coronavírus recentemente. Ainda que o Irã tenha libertado provisoriamente cerca de 100 mil presos, incluindo mil estrangeiros, a fim de aliviar o sistema durante a pandemia, Kylie permanece presa.

A estratégia do governo australiano de tratar o caso diplomaticamente a portas fechadas com o Irã é criticada pelos amigos, familiares e colegas de trabalho da professora universitária. Segundo o governo da Austrália, o caso de Kylie é uma "prioridade", inclusive para os funcionários consulares australianos no Irã.