Funcionária do Ministério da Saúde da Colômbia conversa com moradores de comunidade indígena em Cucuta.
Funcionária do Ministério da Saúde da Colômbia conversa com moradores de comunidade indígena em Cucuta.| Foto: AFP

A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, em relatório divulgado nesta semana, que grupos armados da Colômbia têm cometido assassinatos e outros abusos contra civis a fim de garantir o cumprimento de suas próprias regras de  combate à Covid-19. A HRW cita grupos como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e  as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e das Forças de Autodefesa Gaitanista da Colômbia (AGC).

A fim de impedir a propagação do vírus pelo país, paramilitares impuseram regras como toque de recolher, lockdowns, restrições de movimentação de pessoas e veículos, limites de dia e horário para a abertura do comércio, entre outras, em pelo menos 11 dos 32 estados da Colômbia - em algumas delas, os grupos recorreram à violência para que as regras fossem respeitadas. “Esse brutal controle social reflete as falhas históricas do Estado em estabelecer uma presença significativa em áreas remotas do país”, afirmou o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco. A Colômbia tem, até o momento, 165 mil casos de coronavírus confirmados e o registro de 5,8 mil mortes em decorrência da doença.