O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega| Foto: EFE/ Jorge Torres

O governo de Cuba apoiou neste sábado a decisão da Nicarágua de sair da Organização dos Estados Americanos (OEA), após a entidade desqualificar as eleições de 7 de novembro, formalmente vencidas pelo atual ditador nicaraguense, Daniel Ortega. O ditador cubano Miguel Díaz-Canel e o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, expressaram no Twitter apoio a um dos seus aliados na região. Díaz-Canel disse que a Nicarágua estava mais uma vez dando “lições de soberania e dignidade, valores que são escassos nestes tempos”, ao adotar a decisão “corajosa”: “De Cuba, todo o apoio à corajosa decisão de abandonar o Ministério das Colônias Yankees, como dizia com dignidade o nosso ministro das Relações Exteriores sobre a OEA”, escreveu o cubano, referindo-se ao ex-chanceler Raúl Roa (1959-1976).

A OEA afirmou que as eleições que o concederam um quinto mandato a Ortega “não foram livres, justas ou transparentes e não têm legitimidade democrática”. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, enviou um comunicado a Almagro, no qual denunciou a Carta da entidade: “Estamos nos desassociando da OEA”. A Nicarágua se tornou o segundo país, depois da Venezuela, a pedir para deixar a OEA. Cuba foi excluída do sistema interamericano em 1962 devido às suas ligações com o bloco comunista soviético e às suas diferenças com os EUA. Os membros do bloco solicitaram a incorporação de Cuba em 2009, na 5.ª Cúpula das Américas, mas o governo reiterou que não tinha nenhum interesse em retornar.