Estudo favorável à hidroxicloroquina é retirado do ar pelos próprios autores
| Foto: BigStock

Pesquisadores franceses que recomendavam o uso da hidroxicloroquina combinada com a azitromicina no combate ao coronavírus retiraram do ar o estudo em que defendiam a hipótese científica. E pediram para não ser mais citados. "Devido à controvérsia em torno da hidroxicloroquina e à natureza retrospectiva de seu estudo, eles pretendem revisar o manuscrito depois de submetê-lo à apreciação de seus pares", diz nota no site medRxiv, que funciona como portal para divulgação prévia de pequisas médicas, sem revisão científica, e que alerta que seu conteúdo "não deve ser utilizado como referência para práticas clínicas". O trabalho francês ganhou projeção mundial ao apontar um remédio supostamente eficaz contra a Covid-19 e levou líderes mundiais, como os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, a defender o uso da hidroxicloroquina. A metodologia e o reduzido número de pacientes, apenas 30, provocaram desde o início amplas críticas na comunidade científica. O recuo do grupo liderado pelo médico Benjamin Davido ocorreu um dias antes da publicação na revista científica Lancet de um estudo com 96 mil pacientes, de seis continentes, concluindo que o uso da substância aumenta o risco de mortalidade e de arritmias cardíacas.